São Paulo, sábado, 03 de julho de 2004

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FILMES

TV ABERTA

007 usa fórmula desgastada e bate filmes nulos está em "Com 007 Viva e Deixe Morrer"

Ilusões Perigosas
Record, 23h.
 
(After Alice). Alemanha/Inglaterra, 1999, 105 min. Direção: Paul Marcus. Com Kiefer Sutherland, Henry Czerny. Problemático policial leva uma pancada na cabeça, após o que adquire poderes paranormais. Ele os usará na caçada a um "serial killer".

Dupla Tentação
Globo, 23h05.
 
(The Right Temptation). EUA, 2000, 90 min. Direção: Lyndon Chubbuck. Com Kiefer Sutherland, Rebecca de Mornay. Uma detetive é contratada para seguir um marido. Inesperadamente (mas esperadamente para nós), ela se apaixona pelo tal marido. Depois, pensa que pode ter sido vítima de uma trama. Tipo "Um Corpo que Cai". Sai dessa vida. Inédito.

Com 007 Viva e Deixe Morrer
SBT, 0h30.
   
(Live and Let Die). Inglaterra, 1973, 116 min. Direção: Guy Hamilton. Com Roger Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour. Desta vez, o agente 007 enfrenta um temível traficante de entorpecentes e seus asseclas. Oitavo filme do herói. Vale a pena comparar com os 1.001 filmes nulos em que os bandidos são traficantes.

Erotismo Virtual
Bandeirantes,2h.
 
(Club V. R.). EUA, 1996, 93 min. Direção: Gary Hudson. Com Kate Rodger, Russell Todd, Erika Anderson. Homem charmoso morre durante uma sessão de realidade virtual erótica no clube V.R. Uma detetive acha que ele na verdade foi assassinado. Para fazer a investigação, ela se liga aos disquetes da sessão de que ele participou. Segundo um colaborador do site Imdb (Internet Movie Database), o "plot" patina, mas a atriz é uma gata.

O Mestre das Ilusões
Globo, 2h45.
  
(Lord of Illusions). EUA, 1995, 109 min. Direção: Clive Barker. Com Scot Bakula, Kevin O'Connor, Famke Janssen. Detetive é convocado para proteger um mágico, marido de bela garota, pois satanistas, dispostos a ressuscitar seu líder -que ensinou as artes da magia ao mágico-, estão atrás dele. Terror.

Desafio sem Limites
SBT, 2h45.
 
(Good Luck). EUA, 1997, 95 min. Direção: Richard Labrie. Com Vincent d'Onofrio, Max Gail. Ex-jogador de futebol americano fica cego depois de acidente. Fica na pior, compreensivelmente. Um deficiente físico, a horas tantas, o convence a participar de uma regata. O que traz o homem de volta à vida e tal e tal e tal.

Os Sete Magníficos Gladiadores
SBT, 4h20.
 
(The Seven Magnificent Gladiators). Itália, 1983, 86 min. Direção: Bruno Mattei. Com Lou Ferrigno, Sybil Danning, Brad Harris. Ferrigno e outros tantos gladiadores enfrentam exércitos invasores mais maldição de uma bruxa, em alguma antigüidade. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

"O Chamado" reflete esvaziamento de Hollywood

ALEXANDRE MATIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

É a proverbial cobra que morde o próprio rabo: enquanto a cultura norte-americana busca referências estrangeiras para continuar global, entrega grosseiramente artifícios que antes se escondiam sutis em entrelinhas pop. Hollywood esvazia-se com mais rapidez ao entregar-se a épicos históricos, best-sellers adaptados e refilmagens "hi-fi" de produções modestas.
"O Chamado" é um exemplo perfeito desta última categoria. Refilmado após o sucesso do "cult" japonês "Ringu" (1998), o longa de Gore Verbinski extingüe o que era sutileza e sugestão no original e substitui por táticas que aos poucos estão se tornando caras ao Tio Sam: choque e pavor.
No filme, uma estranha colagem de imagens surreais reproduzida em vídeo é responsável pela morte de seus espectadores, numa maldição que aos poucos se mostra associada à morte de uma menina. Porém essas premissas básicas -lenda urbana, baixa tecnologia, fantasma criança, terror psicológico- são apenas os únicos pontos em comum entre os dois filmes.
"O Chamado" ameaça violência para meter medo. O que no filme original se resolve com uma imagem congelada e a inversão de cores no negativo, na versão americana vem como uma deformação física. Um cavalo é atirado ao mar apenas para manter o ritmo tenso do filme. A própria menina torna-se mero monstro. Some tudo isso à brusca mudança de luz entre os dois filmes ("Ringu" é noir e dark ao mesmo tempo, "O Chamado" é uma luz fluorescente) e à beleza nórdica de Naomi Watts e está revelada toda a fragilidade autoral do cinema norte-americano.
Não é o suficiente para estragar "O Chamado", mas ele incita imediatamente à comparação entre os dois filmes quando deveria ser uma obra fechada. Nakata assumiu as rédeas do projeto norte-americano e finaliza a continuação ocidental do "Chamado" de Verbinski. Felizmente -"Ring 0", o terceiro filme da série, que explica a origem de Sadako entre fios elétricos, uma piscina e aulas de teatro, acabaria, de um jeito ou de outro, parecido com o videoclipe de "Tainted Love", de Marilyn Manson. Ourobouros, este é o nome da serpente do início.


O CHAMADO. Quando: hoje, às 21h30, no Telecine Premium. RING 0. Quando: amanhã, às 17h45, no Cinemax Prime.


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