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FILMES
TV ABERTA
007 usa fórmula desgastada e bate filmes nulos
está em "Com 007 Viva
e Deixe Morrer"
Ilusões Perigosas
Record, 23h.
(After Alice). Alemanha/Inglaterra, 1999,
105 min. Direção: Paul Marcus. Com
Kiefer Sutherland, Henry Czerny.
Problemático policial leva uma pancada
na cabeça, após o que adquire poderes
paranormais. Ele os usará na caçada a um
"serial killer".
Dupla Tentação
Globo, 23h05.
(The Right Temptation). EUA, 2000, 90
min. Direção: Lyndon Chubbuck. Com
Kiefer Sutherland, Rebecca de Mornay.
Uma detetive é contratada para seguir
um marido. Inesperadamente (mas
esperadamente para nós), ela se
apaixona pelo tal marido. Depois, pensa
que pode ter sido vítima de uma trama.
Tipo "Um Corpo que Cai". Sai dessa vida.
Inédito.
Com 007 Viva e Deixe Morrer
SBT, 0h30.
(Live and Let Die). Inglaterra, 1973, 116
min. Direção: Guy Hamilton. Com Roger
Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour.
Desta vez, o agente 007 enfrenta um
temível traficante de entorpecentes e
seus asseclas. Oitavo filme do herói. Vale
a pena comparar com os 1.001 filmes
nulos em que os bandidos são
traficantes.
Erotismo Virtual
Bandeirantes,2h.
(Club V. R.). EUA, 1996, 93 min. Direção:
Gary Hudson. Com Kate Rodger, Russell
Todd, Erika Anderson. Homem charmoso
morre durante uma sessão de realidade
virtual erótica no clube V.R. Uma detetive
acha que ele na verdade foi assassinado.
Para fazer a investigação, ela se liga aos
disquetes da sessão de que ele
participou. Segundo um colaborador do
site Imdb (Internet Movie Database), o
"plot" patina, mas a atriz é uma gata.
O Mestre das Ilusões
Globo, 2h45.
(Lord of Illusions). EUA, 1995, 109 min.
Direção: Clive Barker. Com Scot Bakula,
Kevin O'Connor, Famke Janssen.
Detetive é convocado para proteger um
mágico, marido de bela garota, pois
satanistas, dispostos a ressuscitar seu
líder -que ensinou as artes da magia ao
mágico-, estão atrás dele. Terror.
Desafio sem Limites
SBT, 2h45.
(Good Luck). EUA, 1997, 95 min. Direção:
Richard Labrie. Com Vincent d'Onofrio,
Max Gail. Ex-jogador de futebol
americano fica cego depois de acidente.
Fica na pior, compreensivelmente. Um
deficiente físico, a horas tantas, o
convence a participar de uma regata. O
que traz o homem de volta à vida e tal e
tal e tal.
Os Sete Magníficos Gladiadores
SBT, 4h20.
(The Seven Magnificent Gladiators).
Itália, 1983, 86 min. Direção: Bruno
Mattei. Com Lou Ferrigno, Sybil Danning,
Brad Harris. Ferrigno e outros tantos
gladiadores enfrentam exércitos
invasores mais maldição de uma bruxa,
em alguma antigüidade. Só para São
Paulo.
(IA)
TV PAGA
"O Chamado" reflete esvaziamento de Hollywood
ALEXANDRE MATIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA
É a proverbial cobra que morde o próprio rabo: enquanto
a cultura norte-americana busca
referências estrangeiras para continuar global, entrega grosseiramente artifícios que antes se escondiam sutis em entrelinhas
pop. Hollywood esvazia-se com
mais rapidez ao entregar-se a épicos históricos, best-sellers adaptados e refilmagens "hi-fi" de produções modestas.
"O Chamado" é um exemplo
perfeito desta última categoria.
Refilmado após o sucesso do
"cult" japonês "Ringu" (1998), o
longa de Gore Verbinski extingüe
o que era sutileza e sugestão no
original e substitui por táticas que
aos poucos estão se tornando caras ao Tio Sam: choque e pavor.
No filme, uma estranha colagem de imagens surreais reproduzida em vídeo é responsável
pela morte de seus espectadores,
numa maldição que aos poucos se
mostra associada à morte de uma
menina. Porém essas premissas
básicas -lenda urbana, baixa
tecnologia, fantasma criança, terror psicológico- são apenas os
únicos pontos em comum entre
os dois filmes.
"O Chamado" ameaça violência
para meter medo. O que no filme
original se resolve com uma imagem congelada e a inversão de cores no negativo, na versão americana vem como uma deformação
física. Um cavalo é atirado ao mar
apenas para manter o ritmo tenso
do filme. A própria menina torna-se mero monstro. Some tudo isso
à brusca mudança de luz entre os
dois filmes ("Ringu" é noir e dark
ao mesmo tempo, "O Chamado"
é uma luz fluorescente) e à beleza
nórdica de Naomi Watts e está revelada toda a fragilidade autoral
do cinema norte-americano.
Não é o suficiente para estragar
"O Chamado", mas ele incita imediatamente à comparação entre
os dois filmes quando deveria ser
uma obra fechada. Nakata assumiu as rédeas do projeto norte-americano e finaliza a continuação ocidental do "Chamado" de
Verbinski. Felizmente -"Ring
0", o terceiro filme da série, que
explica a origem de Sadako entre
fios elétricos, uma piscina e aulas
de teatro, acabaria, de um jeito ou
de outro, parecido com o videoclipe de "Tainted Love", de Marilyn Manson. Ourobouros, este é
o nome da serpente do início.
O CHAMADO. Quando: hoje, às 21h30,
no Telecine Premium. RING 0. Quando:
amanhã, às 17h45, no Cinemax Prime.
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