São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Givenchy reclama dos impostos brasileiros

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Apesar das dificuldades de exportação, a Givenchy está de olho no Brasil e, por isso mesmo, montou há quatro anos um escritório fixo no país. "Desde então esperamos que as taxas e a legislação estabilizem", disse o presidente da divisão de perfumes da empresa, Alain Lorenzo, em Paris. "Sabemos que se trata de um mercado enorme, mas os encargos de importação brasileiros são elevados e, como na Índia, as leis parecem mudar o tempo todo."
A busca incessante de novos mercados é parte da guerra que travam as maiores perfumarias do planeta, que lançam, anualmente, mais de 200 novas fragrâncias -o dobro dos anos 90.
No caso da Givenchy, como de outras empresas que têm um patrimônio de moda, ela precisa enfrentar ainda a concorrência das chamadas marcas de celebridades, como a Coty. Graças a estrelas como Jennifer Lopez, Sarah Jessica Parker ou Céline Dion, a Coty conseguiu renovar sua imagem e se tornar líder mundial dos perfumes em poucos anos.
A Coty não é a única a chamar atores para suas campanhas. A Lancôme, por exemplo, já convidou Kate Winslet e Clive Owen para serem "musos" de "Trésor" e "Hypnose Homem", respectivamente.
As marcas de moda tradicionais nem sempre veem com bons olhos esse tipo de estratégia, mesmo se algumas a utilizam à sua maneira.
A própria Givenchy decidiu trocar o rosto da primeira versão de "Ange ou Démon", a modelo quase desconhecida Marie Steiss (filha do ex-primeiro ministro francês Dominique de Villepin), por Uma Thurman na nova versão do perfume. "Há marcas que investem tudo nisso. Na Givenchy, temos um patrimônio rico e, mesmo se contamos com atrizes nas campanhas, o perfume e o universo da marca é prioritário", justifica Lorenzo.
Para ele, uma das principais regras para obter sucesso nas marcas de moda que investem em perfumaria é criar sinergia entre o universo criado pelo estilista nas passarelas e as fragrâncias. "Por sorte nossa, Ricardo Tisci [estilista da Givenchy] se interessa muito pela criação dos perfumes", diz o executivo.
Mas Lorenzo alerta que nem sempre um perfume pode salvar uma marca. "Veja o caso de Thierry Mugler. O perfume "Angel" vende no mundo todo, mas durante muito tempo o segmento de moda da grife foi quase inexistente", afirma.


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