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Givenchy reclama dos impostos brasileiros
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
Apesar das dificuldades de
exportação, a Givenchy está de
olho no Brasil e, por isso mesmo, montou há quatro anos um
escritório fixo no país. "Desde
então esperamos que as taxas e
a legislação estabilizem", disse
o presidente da divisão de perfumes da empresa, Alain Lorenzo, em Paris. "Sabemos que
se trata de um mercado enorme, mas os encargos de importação brasileiros são elevados e,
como na Índia, as leis parecem
mudar o tempo todo."
A busca incessante de novos
mercados é parte da guerra que
travam as maiores perfumarias
do planeta, que lançam, anualmente, mais de 200 novas fragrâncias -o dobro dos anos 90.
No caso da Givenchy, como
de outras empresas que têm
um patrimônio de moda, ela
precisa enfrentar ainda a concorrência das chamadas marcas de celebridades, como a
Coty. Graças a estrelas como
Jennifer Lopez, Sarah Jessica
Parker ou Céline Dion, a Coty
conseguiu renovar sua imagem
e se tornar líder mundial dos
perfumes em poucos anos.
A Coty não é a única a chamar atores para suas campanhas. A Lancôme, por exemplo,
já convidou Kate Winslet e Clive Owen para serem "musos"
de "Trésor" e "Hypnose Homem", respectivamente.
As marcas de moda tradicionais nem sempre veem com
bons olhos esse tipo de estratégia, mesmo se algumas a utilizam à sua maneira.
A própria Givenchy decidiu
trocar o rosto da primeira versão de "Ange ou Démon", a modelo quase desconhecida Marie
Steiss (filha do ex-primeiro ministro francês Dominique de
Villepin), por Uma Thurman
na nova versão do perfume.
"Há marcas que investem tudo
nisso. Na Givenchy, temos um
patrimônio rico e, mesmo se
contamos com atrizes nas campanhas, o perfume e o universo
da marca é prioritário", justifica Lorenzo.
Para ele, uma das principais
regras para obter sucesso nas
marcas de moda que investem
em perfumaria é criar sinergia
entre o universo criado pelo estilista nas passarelas e as fragrâncias. "Por sorte nossa, Ricardo Tisci [estilista da Givenchy] se interessa muito pela
criação dos perfumes", diz o
executivo.
Mas Lorenzo alerta que nem
sempre um perfume pode salvar uma marca. "Veja o caso de
Thierry Mugler. O perfume
"Angel" vende no mundo todo,
mas durante muito tempo o
segmento de moda da grife foi
quase inexistente", afirma.
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