São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Em Salvador, "Ó Paí, Ó" vira série de TV

As gravações acontecem no Pelourinho, irritando os taxistas e alegrando as fãs de Lázaro Ramos

MANUELA MARTINEZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Um ano após o lançamento do filme homônimo, estão sendo gravados em Salvador seis episódios da série "Ó Paí, Ó", a ser exibido pela Globo, provavelmente em setembro. Para dar autenticidade ao trabalho, a diretora-geral Monique Gardenberg (a mesma do filme) exigiu que a locação principal fosse o Pelourinho, no centro da cidade.
Lázaro Ramos é Roque, o protagonista da série, um aspirante a cantor que mora num cortiço no centro histórico de Salvador. No intervalo das gravações, o ator interage com os personagens reais do Pelourinho, como algumas estudantes que, num dia desta semana, abandonaram as aulas numa escola próxima para acompanhar a gravação. "Vocês não vão para a aula, não?", brinca.
A série traz os mesmos atores do filme, com exceção de Wagner Moura, substituído por Matheus Nachtergaele no papel do vilão Queixão. "É a continuidade de uma história que começou no teatro, foi para o cinema e agora surge na TV", diz Lázaro. Na série, assim como no filme, o ator participa da maioria dos números musicais apresentados.
Para realizar as gravações, a Polícia Militar interditou algumas áreas do Pelourinho, o que provocou irritação de comerciantes e motoristas de táxi. "A gente paga imposto e quer que as pessoas tenham acesso às ruas do Pelourinho", disse o taxista Carlos dos Santos, 54. Apesar das reclamações, muitos curiosos acompanharam as gravações. "Você deixa eu tirar uma foto com o Lázaro Ramos?", indaga Rita da Conceição, 32, que geralmente percorre as ladeiras do centro histórico cobrando de turistas para se deixar fotografar com seus trajes típicos de baiana.
"O seriado dá um pouco mais de profundidade no dia-a-dia dessas pessoas, você mergulha mais nas particularidades e idiossincrasias do povo baiano", disse o diretor Mauro Lima, que comanda dois episódios da série, além de ser um dos roteiristas da adaptação. Carolina Jabor e Olívia Guimarães dirigem um episódio cada. As tramas foram criadas por Guel Arraes e Jorge Furtado, também responsáveis pela redação final.
Na adaptação para TV, foi mantida o mesmo caráter regional do filme. Os diálogos, marcados por gírias baianas e palavras em iorubá, foram construídos em conjunto com os atores do Bando de Teatro Olodum, que também participam da série. "A gente teve que mudar muita coisa. porque as pessoas não estavam entendendo", disse o ator Lyu Alison, que na trama interpreta o travesti Yolanda. "Ó Paí, Ó" também terá participações de Stênio Garcia, João Miguel, Virgínia Cavendish, Nanda Costa e Preta Gil.


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