São Paulo, Terça-feira, 03 de Agosto de 1999
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Confecção se especializou em inovar

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

A mostra M.Officer no MIS vem coroar um ótimo momento da marca. Desde a primeira edição do MorumbiFashion Brasil, há três anos, a confecção de Carlos Miele vem provocando estranhamento na cena fashion brasileira.
Vem fazendo pensar. Pode parecer clichê, mas o mercado no Brasil não é lá tão afeito a reflexões fora do feijão-com-arroz das tendências, e todas as tentativas da M.Officer de inovar no modelo de apresentação, mesmo cercadas por artistas de talento incontestável, eram recebidas com certo desdém pelos fashionistas.
Cabelo e Tunga deixaram um ponto de interrogação na testa da mídia; Arthur Omar causou mudez, e o maestro da baderna, Naná Vasconcellos, viveu momentos de invisibilidade. Veio Nelson Leirner, na última temporada, com um desfile sem camarins. Nem assim. O Isaac Mizrahi já fez isso em "Unzipped", deram de ombros os "especialistas", tentando apontar um plágio inexistente (o estilista americano desfilou, certa vez, com um tule separando backstage e passarela).
Pois dane-se a moda. A M.Officer vende jeans como poucos e consegue agradar seu consumidor, com seu marketing da consciência. Apontou (fechando campanhas com tops made in Brazil) a sensualidade da brasileira e avança a pesquisa de materiais em direção a um trabalho formal, com a missão de trazer um pouco de erudição ao tacanho mundinho fashion brasileiro.


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