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Confecção se especializou em inovar
ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
A mostra M.Officer no MIS
vem coroar um ótimo momento da marca. Desde a primeira
edição do MorumbiFashion
Brasil, há três anos, a confecção
de Carlos Miele vem provocando estranhamento na cena fashion brasileira.
Vem fazendo pensar. Pode
parecer clichê, mas o mercado
no Brasil não é lá tão afeito a reflexões fora do feijão-com-arroz das tendências, e todas as
tentativas da M.Officer de inovar no modelo de apresentação, mesmo cercadas por artistas de talento incontestável,
eram recebidas com certo desdém pelos fashionistas.
Cabelo e Tunga deixaram um
ponto de interrogação na testa
da mídia; Arthur Omar causou
mudez, e o maestro da baderna, Naná Vasconcellos, viveu
momentos de invisibilidade.
Veio Nelson Leirner, na última
temporada, com um desfile
sem camarins. Nem assim. O
Isaac Mizrahi já fez isso em
"Unzipped", deram de ombros
os "especialistas", tentando
apontar um plágio inexistente
(o estilista americano desfilou,
certa vez, com um tule separando backstage e passarela).
Pois dane-se a moda. A
M.Officer vende jeans como
poucos e consegue agradar seu
consumidor, com seu marketing da consciência. Apontou
(fechando campanhas com
tops made in Brazil) a sensualidade da brasileira e avança a
pesquisa de materiais em direção a um trabalho formal, com
a missão de trazer um pouco de
erudição ao tacanho mundinho fashion brasileiro.
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