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cinema
"Nosso Lar" estreia hoje como aposta de bilheteria
Filme espírita custou R$ 20 milhões e é lançado com recorde de cópias
História é baseada em best-seller de Chico Xavier; equipe recebeu nomes internacionais, como Philip Glass
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Baseado em best-seller homônimo de Chico Xavier, o
filme espírita "Nosso Lar" é
lançado hoje como uma das
maiores apostas comerciais
do ano.
Seu orçamento de R$ 20
milhões não tem suporte em
leis de incentivo; e o lançamento de 435 cópias em circuito nacional, segundo divulgou a distribuidora Fox
do Brasil, bate o recorde de
"Os Normais 2", lançado em
432 salas.
O filme supera em números os lançamentos de "Chico
Xavier", que custou R$ 12 milhões e estreou em 377 cinemas, e de "Lula, o Filho do
Brasil", cujo custo é estimado entre R$ 16 milhões e R$
18 milhões.
Com recursos de superprodução hollywoodiana, tem
efeitos visuais produzidos
pela canadense Intelligent
Creatures (de "Babel" e
"Watchmen"), e direção de
fotografia de Ueli Steiger, do
filme-catástrofe "O Dia Depois de Amanhã".
Esse grande aporte garante uma tentativa de representação da vida após a morte,
ou da "vida após a vida", como bem lembra um personagem de olhar sereno e roupa
esvoaçante.
O filme retrata a morte do
médico André Luiz e a chegada de seu espírito a uma "colônia", num cenário de arquitetura futurista e jardins
idílicos.
Ali, os dogmas do espiritismo são passados a ele -e ao
espectador- em discursos
didáticos.
"Mas a história é forte o suficiente para quem não acredita naquilo", garante o diretor Wagner de Assis, que
também assina o roteiro.
No enredo, André Luiz
(Renato Prieto) vive nos anos
30, em uma mansão cheia de
móveis coloniais, cercado
pela família e por empregados negros vestidos como escravos. Ele morre de um mal
súbito durante um jantar.
No momento seguinte, o
personagem está num lugar
escuro, onde há pessoas levando chibatadas e outras
chafurdando na lama.
O cenário representa o
purgatório. As cenas foram
gravadas em uma pedreira
no Rio de Janeiro, e a nelas
são inseridas imagens de penhascos do tipo "O Senhor
dos Anéis".
Doente, André Luiz é resgatado por pessoas que vestem batas de seda com leve
brilho púrpura e motivos esotéricos. A equipe carrega o
protagonista até um portal
de pedras, que será aberto
com um gesto parcimonioso
de mãos.
Ali, André vai conhecer Lísias (Fernando Alves Pinto),
enfermeiro que emite uma
luz verde de suas mãos e,
com esses poderes, cura ferimentos. Ao som da trilha de
Philip Glass composta para o
filme, André então vai receber lições de moral.
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