São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2011

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GIGANTES DA CENA

Grandes diretores do teatro mundial exibem espetáculos em Porto Alegre

Divulgação
Cena de "Os Náufragos da Louca Esperança"

GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

Quando se pensa nos grandes diretores do teatro mundial em atividade, uma tríade é inescapável: Bob Wilson, Ariane Mnouchkine e Peter Brook. Para comemorar os 18 anos do Porto Alegre em Cena, festival que abre suas cortinas na próxima terça, nenhum deles ficou de fora.
Em comum, os três diretores exploram o que as artes cênicas possuem de mais simples ou minimalista.
O texano Bob Wilson fundiu teatro com artes plásticas em peças de impacto visual, concebidas como quadros vivos. Por buscar o essencial, sempre foi comparado a Samuel Beckett (1906-1989).
Apesar das similaridades, o diretor rendeu-se aos escritos do autor irlandês só em 2008, quando encenou "Dias Felizes". Em 2009, aventurou-se por outro Beckett, "A Última Gravação de Krapp", que traz agora ao Brasil.
No espetáculo solo, além de dirigir, Wilson também atua. "A maior dificuldade em montar Beckett é descobrir o humor contido em seus textos, além de aprender a lidar com silêncios", afirma o artista à Folha.
Já o britânico Peter Brook traz ao país uma versão de "A Flauta Mágica", de Mozart (1756-1791). Segue sua luta por limpar o teatro das formas preconcebidas e dos excessos. Sua adaptação subverte as convenções de uma ópera, tornando-a um espetáculo de câmara, rebatizado de "Uma Flauta Mágica".
Brook concentra-se nos personagens principais. Também reduz a orquestra a um piano que sai do fosso e sobe ao palco, aproxima os intérpretes da plateia e recusa os cenários grandiosos: serve-se apenas de bambus agrupados no palco de forma a evocar um bosque, uma prisão e as paredes de um castelo.
"Queríamos que a obra fosse sentida sem o aspecto pesado e solene de uma grande ópera", explica ele no programa do espetáculo.
Completa a tríade "Os Náufragos da Louca Esperança", novo espetáculo do Théâtre du Soleil. Trata-se de uma espécie de celebração do teatro artesanal do grupo, que inicia sua turnê mundial pelo Brasil em outubro -apresentando-se no festival como um apêndice da programação.
A trupe francesa vive e cria coletivamente há 40 anos. E suas obras são sempre cheias de detalhes construídos manualmente pelos integrantes.
Na peça, a diretora Ariane Mnouchkine enfatiza ainda mais a magia do teatro feito à mão, revelando todos os truques ilusionistas que normalmente são ocultados.
Depois do Porto Alegre em Cena (poaemcena.com.br), o espetáculo de Brook terá temporada no Rio, de 7 a 9 deste mês, e em São Paulo. O do Théâtre du Soleil também se apresentará na cidade.

UMA FLAUTA MÁGICA
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
QUANDO De 14/09 a 17/09, às 21h
QUANTO De R$ 8 a R$ 32
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

OS NÁUFRAGOS DA LOUCA ESPERANÇA
ONDE Sesc Belenzinho (rua Padre Adelino, 1.000, tel. 0/xx/11/2076-9700)
QUANDO De 5 a 23/10, de quarta a dom., às 19h
QUANTO De R$ 12,50 a R$ 50
CLASSIFICAÇÃO 16 anos




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