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NETVOX
Internet para gente normal
MARIA ERCILIA
Colunista da Folha
Cada vez mais o mundo se divide em dois: de um lado, aqueles
que por dever de ofício passam o
dia com a mão no teclado e os
olhos na tela, e do outro, os que levam uma vida normal em que o
computador é apenas uma máquina a mais.
Como me incluo entre os primeiros -os que levam a vida
anormal- faço quase tudo pela
Internet, de consultar a lista telefônica a mandar e-mail para o vizinho de mesa que está a um metro e meio de distância.
Se nunca pedi pizza pelo computador, é só porque não gosto de
pizza. Claro que é absurdo viver
assim. Tanto que precisei de alguns dias de folga para perceber
que na vida real não é preciso fazer absolutamente tudo pela Internet. Por outro lado, tive a
chance de descobrir no que de fato ela melhorou minha vida. Por
exemplo:
E-mail
É o mínimo denominador comum da Internet. Todo mundo
usa e depois que usou, acostuma e
não passa mais sem. Para trabalho é perfeito -não é intrusivo
como o telefone, é mais objetivo e
rápido. Para manter contato com
os amigos, melhor ainda -é sempre mais fácil de decorar que o telefone e não depende de horário
nem de lugar.
Viagem
Já não lembro mais como planejava viagens antes da Internet.
Acho que não planejava -entregava para Deus. Agora, planejar é
um prazer a mais. Mesmo que
não compre um pacote ou reserve
um hotel pela rede, posso olhar
mapas, consultar os diários de
viagem alheios (são milhares), fazer perguntas em fóruns, ver itinerários de vôo, conferir se o agente
de viagem conseguiu um bom
preço na passagem, ver quartos de
hotel por dentro e por aí afora.
Hoje já é possível fazer uma boa
pesquisa tanto sobre o sul da Bahia (www.planetazulcom.br) como sobre a Austrália (http://www.oztravel.com.au/).
Livros e discos
Continuo gostando de passear
em livrarias e lojas de discos. Mas
a facilidade de comparar preços e
de procurar edições e gravações
raras ou esgotadas que temos na
Internet é insuperável. Outra vantagem é poder, ao mesmo tempo,
procurar informações sobre determinado livro ou autor, e o próprio
produto. Em minutos é possível
localizar uma resenha, trecho de
entrevista, opinião de leitor etc.
Específicos em geral
Se você precisa saber como se
fala "bom
dia" em tailandês, ou como curar a
alergia do seu
cachorro, pode acreditar:
alguém tem a
resposta para
estas perguntas e já colocou na Internet. São informações que
jamais conseguiríamos na
melhor das
enciclopédias
e interlocutores garantidos
para os nossos
interesses e
hobbies mais remotos e extravagantes. Tal é a vocação da Internet para micropúblicos e microassuntos que existe um site que oferece exatamente isso: conselhos de
pessoas que se consideram especialistas em algo, não importa
oquê (www.advoco.com).
Perguntei a amigos o que era indispensável para eles na Internet.
Algumas das respostas que ouvi:
procurar emprego, pesquisar
compra de carro, trocar informações profissionais. E para você?
Respostas para ercilia@uol.com.br.
NOTAS
Este e-mail se autodestruirá em cinco segundos...
Nada pior que mandar um e-mail e se arrepender. Bill Gates,
que escreveu um livro sobre as
maravilhas da comunicação eletrônica e depois teve que ver os e-mails de sua empresa discutidos
durante meses num tribunal, deve saber disso. Se ele tivesse usado
o "1on1", teria se livrado dessa.
Esse novo programa de e-mail,
além de criptografar mensagens,
as destrói depois de um tempo
determinado pelo remetente. Para mostrar que confia no produto,
seu fabricante, a empresa inglesa
GMR, está oferecendo uma recompensa de US$ 50 mil a quem
conseguir decifrar uma mensagem mandada com o programa
nos próximos três meses.
Oxford 2000
O venerável dicionário Oxford
finalmente vai fazer sua estréia na
Internet, em março de 2000,
quando começa também a primeira revisão completa de seu
texto, que deve durar até 2010.
Além das atualizações trimestrais
na Web, à medida que o dicionário for sendo revisto, outras mudanças vão revolucionar o mais
respeitado dicionário de língua
inglesa: visitantes poderão sugerir novas palavras pela Internet e
várias palavras que surgiram com
a rede serão incorporadas, como
"browser". Os editores do Oxford
também estão se servindo de
bancos de dados na Internet para
antedatar palavras -ou seja, descobrir quando elas entraram na
língua. Entre eles estão o "Making
of America" (http://www.umdl.umich.edu/moa/) e o "Journal
Storage" (http://www.jstor.org/).
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