|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUÍDO
Maria Rita troca de nome para Rita Maria
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Na estrada há dez anos, a
cantora Maria Rita descobriu ao longo dos últimos meses
que ia ter de mudar de nome.
Virou Rita Maria, para escapar
da confusão com a outra Maria
Rita, a filha de Elis Regina, a que
agora todo mundo conhece.
Paulistana de 28 anos que canta e compõe, ela tem enviado e-mails aos usuários do Kazaa,
tentando desfazer o equívoco de
quem faz download de suas músicas pensando que são da ex-homônima. Até um canal de TV
paga já colocou música sua como fundo de uma reportagem
sobre a outra Maria Rita.
Definindo-se "cantora genérica" num divertido texto em seu
site (www.mariarita.mus.br),
conta o auge a que chegou a
confusão, quando um show seu
coincidiu com o de Chico Pinheiro, no qual estreava Maria
Rita Mariano: "As pessoas iam
ao camarim chorando e me dizendo: "Você é a cara da sua
mãe, sua voz é igual à dela". Caíram muitas fichas para mim".
"Evitei falar no show que não
era Maria Rita Mariano, por respeito ao meu trabalho e a mim
mesma. Afinal, imagina cantar e
ter que pedir desculpas por não
ser quem não sou."
Expõe fichas que caíram: "Os
aplausos e lágrimas não eram
para mim, mas para um espelho, um mito, uma herança que
não me pertence. Ninguém estava lá para ver Rita nenhuma".
Conclusão: "Dou aulas de canto, rejo coro, trabalho com gente
que vê na música uma forma de
humanização. Vivo de música
genérica, e isso é maravilhoso".
O NÃO-LANÇAMENTO
Parece inacreditável, mas
nos anos 70 até Roberto e
Erasmo Carlos criavam trilhas de encomenda para as
novelas da Globo. Em 72,
eles foram autores das músicas de "O Bofe", novela de
Bráulio Pedroso. Da trilha,
lançada então pela Som Livre, não restou nenhum sucesso da dupla -a faixa menos secreta é "Moço", cantada aqui por Betinho. Entre
os intérpretes, a mais conhecida era Elza Soares -como
os maiores nomes da MPB
tinham contrato com outras
gravadoras, nesse início a
Globo tinha de providenciar
elenco musical com nomes
como Jacks Wu, Renata &
Flávio e... Nelson Motta! E
Elza cantava "Rainha da Roda", um impensável samba
por Roberto & Erasmo. Totalmente fora de catálogo.
TESOUROS DA MPB
Está quase certo o destino
das fitas raras com a gravação
de show que reuniu a nata da
MPB de 75, que Guarabyra
colocou à venda no mês
passado. Deve ser adquirida
por uma entidade ligada a
direitos autorais (ou seja, a
mesma causa que motivou os
shows de 75) e lançada por
uma gravadora independente.
O próprio Guarabyra deve
dirigir o trabalho de restauro.
CLÁSSICOS DA MPB 1
Zélia Duncan negocia com a
Universal transformar em
disco o show que estréia em
Santo André, neste fim de
semana, e em São Paulo, no
fim do mês. A banda é de
violão, bandolim, gaita e
percussão, e no repertório
predominam clássicos de
Dorival Caymmi, Herivelto
Martins, Wilson Batista, Tom
Jobim, Pedro Caetano,
Pixinguinha, Paulinho da
Viola, Tom Zé etc.
CLÁSSICOS DA MPB 2
Já o CD "A Nova Bossa de Jair
Rodrigues" sai em novembro,
contrariando o título: tem
bossa nova ("Consolação",
"Este Seu Olhar"), mas insere
também clássicos mais
antigos, como "Saudosa
Maloca" e "Lata d'Água".
psanches@folhasp.com.br
Texto Anterior: Worldwide Underground Próximo Texto: Erika Palomino Índice
|