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Crítica
Exibicionismo de Allen mina "Match Point"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O ponto de partida de
"Match Point - Ponto Final"
(HBO Plus, 23h15) é ótimo: um
ex-jogador de tênis (Jonathan
Rhys Meyers), atualmente instrutor de uma rica família,
apaixona-se pela noiva (Scarlett Johansson) de seu patrão e
amigo.
Os dois são nitidamente mais
pobres do que os ricos da história. Por que são, então, recebidos de forma tão amigável? Ela
porque é bonita. Ele porque foi
um jogador famoso, portanto
uma celebridade. O melhor do
filme de Woody Allen é, possivelmente, essa observação sobre a maneira como celebridades esportivas ou artísticas
vencem essas barreiras feitas
para ser intransponíveis.
O que se segue é uma trama
que caberia muito bem num
policial noir. Mas aí sai Woody
Allen, o escritor da história, e
entra Woody Allen, o diretor
que parece gritar a cada plano:
"Ei, eu estou aqui, veja como eu
sou inteligente, esperto e,
quando quero, engraçado". Como o protagonista do filme, cada um tem seu ponto fraco. Às
vezes, decisivo.
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