São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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Crítica

"Apocalypto" traz olhar doentio de Mel Gibson

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Filme após filme, o cinema de Mel Gibson revela-se assustador, e "Apocalypto" (TC Premium, 17h35; THD, 19h35; não recomendado para menores de 12 anos) dá bem a medida disso.
Estamos entre os maias, uma cultura que dedicava-se à guerra e aos sacrifícios humanos.
Não é, de nosso ponto de vista, algo agradável de ver. Gibson mostra. E o faz com a mesma volúpia de outro cineasta malsão, Michael Haneke.
Ao tratar da Paixão de Cristo, Gibson dera mostras de um insuportável anti-semitismo. Ao tratar de indígenas da América Latina, Gibson deixa a aventura rolar até o epílogo.
É sobre ele que vamos falar agora (quem não quiser saber, por favor vire a página): ao final das aventuras, vemos um barco chegando com os conquistadores espanhóis (leia-se: cristãos). E podemos suspirar aliviados: "Ah, felizmente chegaram os cristãos". Não nos animemos muito: com eles vieram a guerra (que extinguiu as culturas nativas) e a Inquisição. Vantagens: a discutir.


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