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Crítica
"Apocalypto" traz olhar doentio de Mel Gibson
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Filme após filme, o cinema
de Mel Gibson revela-se assustador, e "Apocalypto" (TC
Premium, 17h35; THD, 19h35;
não recomendado para menores de 12 anos) dá bem a medida disso.
Estamos entre os maias, uma
cultura que dedicava-se à guerra e aos sacrifícios humanos.
Não é, de nosso ponto de vista,
algo agradável de ver. Gibson
mostra. E o faz com a mesma
volúpia de outro cineasta malsão, Michael Haneke.
Ao tratar da Paixão de Cristo,
Gibson dera mostras de um insuportável anti-semitismo. Ao
tratar de indígenas da América
Latina, Gibson deixa a aventura rolar até o epílogo.
É sobre ele que vamos falar
agora (quem não quiser saber,
por favor vire a página): ao final
das aventuras, vemos um barco
chegando com os conquistadores espanhóis (leia-se: cristãos). E podemos suspirar aliviados: "Ah, felizmente chegaram os cristãos". Não nos animemos muito: com eles vieram
a guerra (que extinguiu as culturas nativas) e a Inquisição.
Vantagens: a discutir.
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