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TELEVISÃO
Raul Gil diz ter tido prejuízo na Manchete
da Reportagem Local
A crise da Rede Manchete, que
demitiu cerca de 540 de seus funcionários e extinguiu oito programas, fez com que algumas de suas
maiores estrelas mudassem de
emissora ou saíssem do ar.
A jornalista Marcia Peltier, que
apresenta o "Jornal da Manchete" e o "Marcia Peltier Pesquisa", não quis falar sobre seu futuro, mas adiantou que seu último
dia na Manchete será a próxima
segunda-feira.
Marcia deve se transferir para a
Rede Bandeirantes, onde pretende
produzir o "Jornal do Mercosul",
um projeto que desenvolve junto
com Fernando Barbosa Lima,
ex-diretor-geral da Manchete. A
direção da Bandeirantes, por sua
vez, não confirma a transferência
da jornalista. Nenhum contrato
teria sido assinado até o momento.
Magdalena Bonfiglioli, que apresentava o "Magdalena - Manchete
Verdade", extinto junto com outros programas jornalísticos da
emissora, afirma que se pôs à disposição da direção da Manchete.
Magdalena trabalhou por 15
anos no SBT, mas foi na Manchete
que conseguiu apresentar seu próprio programa. Ela condiciona sua
permanência a estar no ar em alguma atração da emissora.
"Eu quero apresentar o primeiro programa que ressurgir na
emissora. Se não, embora adore
todos aqui, prefiro rescindir o
contrato e voltar para casa", diz.
A maior audiência da Manchete,
Raul Gil, já acertou sua transferência para a Record, onde fará
um programa similar ao que apresenta na emissora dos Bloch. O
apresentador deverá ficar na Manchete por mais um mês, onde
cumprirá uma espécie de "aviso
prévio" previsto em seu contrato.
Gil produz seu programa sozinho e paga à Manchete pelo uso do
horário. Como a emissora começou a perder retransmissoras locais por todo o país, os patrocinadores do programa começaram a
exigir cotas mais baratas.
Seu faturamento, que chegava a
R$ 350 mil mensais, chegou a cair
para R$ 100 mil. Segundo Gil, o
custo do programa, em torno de
R$ 130 mil, precisou sofreu cortes.
"Fui obrigado a colocar dinheiro
do meu próprio bolso", disse.
Teledramaturgia
O núcleo de teledramaturgia da
Manchete pode ser extinto em dezembro, após o final da novela
"Brida". Segundo o diretor de teledramaturgia da emissora, Walter Avancini, "nada está definido
ainda. O futuro é imprevisível".
O elenco de "Brida" -38 atores- não foi atingido pela onda
de demissões, mas vários técnicos
foram dispensados.
Fracasso de audiência -média
de 2 pontos no Ibope, o equivalente a 160 mil telespectadores na
Grande São Paulo- a publicidade
nos intervalos de "Brida" não estava pagando os custos de produção da novela. Com o corte de funcionários e nos custos de produção, o orçamento da novela passou a R$ 20 mil por capítulo -antes, era de R$ 40 mil.
Após o término de "Brida", o
horário (21h35) deve ser preenchido com uma reprise de "Pantanal". Avancini, no entanto, diz
que continua tocando projetos para substituir "Brida", como "Sinhá Braba" (inspirada em texto
de Agripa Vasconcelos, mesmo
autor de "Xica da Silva - De Escrava a Rainha"), e "A Queridinha".
"Vamos ter uma pausa, mas faremos o possível para evitar que
esse espaço de trabalho se feche",
disse Avancini.
(ALEXANDRE MARON e
DANIEL CASTRO)
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