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Romance mais famoso de Italo Svevo ganha reedição nacional
FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram precisos mais de 20 anos
para que Italo Svevo fechasse o intervalo aberto com seu segundo
romance, "Senilidade", de 1898, e
escrevesse o terceiro, "A Consciência de Zeno", em 1923.
Foram precisos mais de 20 anos
para que se fechasse o intervalo
entre a primeira edição brasileira
de "A Consciência de Zeno", de
1980, e a segunda, que deve ficar
pronta até o fim de novembro.
O último romance do italiano
traz as memórias de Zeno, encomendadas por seu psicanalista
como parte de um tratamento para combater o tabagismo. Uma
das razões da fama do livro (que
se fecha com Zeno declarando
que a cura não funcionara) foi beber da então nova teoria de Freud.
A nova edição tem mesma editora (Nova Fronteira) e mesmo
tradutor, Ivo Barroso, que conta
ter mudado muito pouco a versão
de 80 e que, se orgulha, foi a pioneira da obra de Svevo no Brasil.
O tradutor se lembra que, ao conhecer o romance, em uma tradução inglesa, nos anos 50, não
achou "aquela maravilha" propalada por Otto Maria Carpeaux,
que lhe apresentara o livro.
Só concordou com o ensaísta ao
deparar com o texto em italiano e
concluir que a tradução inglesa
era "muito scholar, refinada, com
umas coisas que não são do Svevo" -a falta de rebuscamentos é
marcante na escrita do autor.
Em 79, concluiu sua versão e a
propôs à Nova Fronteira. "Esgotou toda a edição naquele ano
[80"", diz. Fez também "Senilidade". O primeiro romance, "Uma
Vida" (1892), porém, não saiu. O
tradutor trabalha para redimir a
lacuna, preparando, para o início
de 2002, uma coletânea de novelas
de Svevo, "A Velhice e a Doença",
para a Cosac & Naify.
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