São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2001

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Romance mais famoso de Italo Svevo ganha reedição nacional

FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram precisos mais de 20 anos para que Italo Svevo fechasse o intervalo aberto com seu segundo romance, "Senilidade", de 1898, e escrevesse o terceiro, "A Consciência de Zeno", em 1923.
Foram precisos mais de 20 anos para que se fechasse o intervalo entre a primeira edição brasileira de "A Consciência de Zeno", de 1980, e a segunda, que deve ficar pronta até o fim de novembro.
O último romance do italiano traz as memórias de Zeno, encomendadas por seu psicanalista como parte de um tratamento para combater o tabagismo. Uma das razões da fama do livro (que se fecha com Zeno declarando que a cura não funcionara) foi beber da então nova teoria de Freud.
A nova edição tem mesma editora (Nova Fronteira) e mesmo tradutor, Ivo Barroso, que conta ter mudado muito pouco a versão de 80 e que, se orgulha, foi a pioneira da obra de Svevo no Brasil.
O tradutor se lembra que, ao conhecer o romance, em uma tradução inglesa, nos anos 50, não achou "aquela maravilha" propalada por Otto Maria Carpeaux, que lhe apresentara o livro.
Só concordou com o ensaísta ao deparar com o texto em italiano e concluir que a tradução inglesa era "muito scholar, refinada, com umas coisas que não são do Svevo" -a falta de rebuscamentos é marcante na escrita do autor.
Em 79, concluiu sua versão e a propôs à Nova Fronteira. "Esgotou toda a edição naquele ano [80"", diz. Fez também "Senilidade". O primeiro romance, "Uma Vida" (1892), porém, não saiu. O tradutor trabalha para redimir a lacuna, preparando, para o início de 2002, uma coletânea de novelas de Svevo, "A Velhice e a Doença", para a Cosac & Naify.


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