DA REPORTAGEM LOCAL

O documentário "Quebrando o Código Da Vinci", atração do GNT de hoje, é mais um produto que se aproveita do imenso êxito de uma indústria derivada do livro de Dan Brown.
Brown, como se sabe, já está milionário devido aos best-sellers "O Código Da Vinci", "Fortaleza Digital" e "Anjos e Demônios" (lançados no Brasil pela Sextante).
"Quebrando...", dirigido por Elizabeth Vargas, que "coincidentemente" assina também "Jesus, Maria e Da Vinci" (passa amanhã, às 21h), compila variados autores de obras que encontram ressalvas na publicação mais conhecida de Brown, protagonizada pelo especialista em simbologia religiosa Robert Langdon.
Brown teria sido convidado para participar do filme, mas declinou. Assim, o que se ouve é um rosário de argumentações, algumas tão tortuosas quanto as de "Código...", para desmentir os fatos apresentados no livro.
Particularmente, irrita tais especialistas o texto de Brown no qual ele expõe uma gama de locais, fatos e pessoas que existem (ou existiram). Por exemplo, Brown diz que Da Vinci seria membro de uma sociedade secreta. É o mote para diversas críticas no filme.
Outro elemento que irrita os especialistas entrevistados é a utilização de dogmas católicos para criar uma narrativa de enigma. O envolvimento amoroso de Jesus com Madalena é o ponto que sofre mais bombardeios.
O documentário questiona o estilo de Brown, que mistura ciência e religião, sociedades secretas e uso de alta tecnologia, salpicando elementos de história da arte e da arquitetura em meio à narrativa.
Com seu estilo televisivo convencional, de reconstituições precárias -como as cenas em que aparece Jesus- e um sem-número de repetições de telas, gravuras e imagens nas quais são representadas figuras históricas -Madalena e Da Vinci, entre outros-, elementos que servem para ressaltar o didatismo da produção, "Quebrando o Código Da Vinci" se mostra um título que interessa pouco a quem não é aficcionado.