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Lista de candidatos ao MinC está embolada
Articulações mobilizam do ministro Celso Amorim ao ator José de Abreu
Disputa envolve PT e PMDB; em oito anos, verba da pasta saltou de 0,59% para 1,27% do orçamento da União
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
Há nomes para todos os
gostos. Do ator José de
Abreu, conhecido pelos papeis de major e capataz, ao
ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, são
muitas e variadas as supostas candidaturas ao Ministério da Cultura (MinC).
Apesar de até as paredes
da Esplanada dos Ministérios
saberem que o MinC está longe de ser peça central no xadrez do novo governo, bastou Dilma Rousseff ser eleita
para que fosse a dada a largada para uma corrida com um
quê de corrida maluca.
Dentre os intelectuais ligados ao PT, Emir Sader e Marilena Chaui são dois dos nomes mais fortes. Sader articulou o encontro que deu origem ao abaixo-assinado de
artistas e intelectuais a favor
da candidata de Lula.
O evento, além de chamar
a atenção para Sader, teria
encolhido as possibilidades
de Juca Ferreira, o atual ministro, continuar no cargo.
É que o ato foi amparado
pela campanha de Rousseff,
e não pelo MinC. O MinC, ao
contrário, teria tido dificuldades para unir nomes da
cultura em torno do PT em
decorrência dos cabos-de-guerra gerados pelos projetos de alteração da Lei Rouanet e dos direitos autorais.
Ferreira, que rompeu com
o PV para apoiar Rousseff,
não tem, hoje, o esteio político que a negociação de cargos, na formação de um novo
governo, costuma exigir.
Da administração Lula,
surge a figura de Celso Amorim. A quem associa o nome
do ministro ao presidente do
Irã, Mahmoud Ahmadinejad,
ou às discussões sobre o
acordo do clima, cabe lembrar que, nos anos 70, ele
presidiu a Embrafilme.
TV E TELEFONEMAS
No campo do PMDB, despontam o escritor Fernando
Morais, o prefeito de Ouro
Preto, Ângelo Oswaldo, e o
eterno candidato Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, próximo ao senador José Sarney.
A lista contempla, ainda,
os políticos de carreira: a senadora Ideli Salvatti (PT-SC),
o deputado Angelo Vanhoni
(PT-PR) e, no caso de o
PCdoB perder o Ministério
dos Esportes, a deputada
Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Na ala dos artistas, José de
Abreu, que recepcionou
Rousseff no debate da Globo
e foi papagaio de pirata em
seu discurso após a eleição, é
tido, dentro do PT, como alguém que "apostou todas as
fichas". Quem também tem
dado vários telefonemas para ver se tem chances é o músico Wagner Tiso.
Não custa lembrar que, em
2002, também eram muitos
os nomes que, a esta altura
do jogo, giravam na roleta da
cultura. Mas, na hora H, o
presidente Lula tirou da cartola o nome de Gilberto Gil.
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