ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de quase dois meses do final do Festival do Rio 2004, a capital fluminense volta a mostrar novidades do cinema. A partir de hoje entrarão em cartaz 402 curtas-metragens brasileiros e de outros 52 países -a maioria produzida entre 2003 e este ano-, dentro do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2004.
Os filmes serão exibidos, de acordo com a curadoria do festival, em 60 diferentes programas. Segundo o co-diretor do festival, Rossine A. Freitas, o número é justificado pela quantidade "surpreendente" de filmes inscritos -cerca de 2.800.
As inscrições são também responsáveis pela maior mudança do festival: pela primeira vez em 14 edições a mostra terá caráter competitivo, sem distinção do suporte da obra -seja em película ou digital. A premiação será feita de acordo com o júri oficial do festival -responsável por escolher o vencedor do grande prêmio de R$ 6.000-, com o júri popular e com as associações de críticos e de documentaristas do Rio.
A competição internacional foi dividida em dez grupos temáticos. Entre eles, estão "Nosso Mundo", sobre problemas sociais; "Mundo Bizarro", com filmes insólitos ou com temáticas absurdas; "A Guerra Nossa de Cada Dia", sobre conflitos no mundo; "Indivíduo", sobre problemas do homem; e "Midnight Shots" 1 e 2, com temática adulta.
A mostra competitiva nacional também é dividida em dez grupos, mas sem o caráter temático. São ficções, documentários, experimentais e animações produzidos em diferentes Estados do país.
Nos programas especiais, estão "Lançamentos Cariocas", que pretende mostrar produções inéditas da cidade; os programas "Curta Petrobras", com filmes participantes do concurso de roteiros da Petrobras, e os "Programas Premiados", com curtas que receberam prêmios em outros festivais internacionais. Além destes, há outros dois programas -"Cinéfondation 1 e 2"- com produções premiadas em Cannes.
O festival exibe sessões especiais "Grandes Diretores", com curtas dinamarqueses dos percursores do manifesto Dogma 95, Lars von Trier e Thomas Vinterberg; e três programas "Foco Escandinávia", com 13 filmes.
Na programação mais "alternativa", o grupo pernambucano de cinema "Telephone Colorido" mostrará nove curtas. Há também o programa "Festa", com filmes com trilha sonora de música eletrônica, e o "Cachaça Cinema Clube", sobre a cultura pop brasileira, com curtas que abordam Xuxa e o personagem de terror brasileiro Zé do Caixão.
Rossine A. Freitas destaca, na programação, a "volta dos curtas às salas", com sessões antes dos longas em cartaz nas salas do Grupo Estação. "Em geral são curtas internacionais, sem diálogo. A idéia é reviver, para o grande público, o tempo quando passavam antes dos longas."
Como atividades paralelas, o festival tem cinco workshops de direção, roteiro e continuidade e assistência de direção; e cinco palestras, que formam o ciclo "Aspectos do Curta-Metragem no Brasil - História e Linguagem".