São Paulo, sábado, 03 de dezembro de 2005 |
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ARTES CÊNICAS Dramaturgo argentino é um dos destaques de evento na unidade do Sesc de Copacabana Teatro político de Pavlovsky chega ao palco do Rio
VALMIR SANTOS TEATRO POLÍTICO - "Minha geração foi muito marcada pelos eventos históricos, quer latino-americanos ou argentinos. Meu pai, por exemplo, foi exilado durante o governo [de Juan Domingos] Perón, nos anos 50. Eu também fui para o exílio. Ou seja, não se trata da política que lemos nos livros, mas da política que vivemos no corpo." TORTURA - "Em 1971, escrevi a peça "Sr. Galíndez", que tratava da institucionalização da tortura, de órgãos dedicados a transmitir aos jovens uma pedagogia da repressão. Escrevi antes da ditadura. Em termos de dramaturgia, investigava um tema difícil, o da lógica do repressor, sua subjetividade. Não se pode fazer teatro sem uma atitude crítica em relação aos personagens." MEYERHOLD - "Meyerhold foi
torturado e assassinado durante o
stalinismo. Isso foi revelado recentemente, em 1992, com a abertura de alguns arquivos da KGB.
Sofreu extensas sessões de tortura
por integrar o partido comunista
e sobretudo por criar uma arma
ainda mais revolucionária: a liberdade criadora. Ele se opôs à linha do realismo socialista, uma
política linear. PSICODRAMA - "Ele sempre foi
importante para mim. Aplico essa
técnica [psicoterapia de grupo em
que os pacientes escolhem os papéis que vão desempenhar na
dramatização de uma situação]
desde o final dos anos 50. Trabalhava com crianças em hospitais e
me dei conta de que as diferentes
formas de expressar a criação
eram muito terapêuticas. Recorri
a jogos em grupo e nunca mais
deixei o psicodrama. Costumo dizer que o teatro é uma amante,
enquanto o psicodrama é mais
um casamento." |
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