São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008 |
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CDs Instrumental Sentindo ALESSANDRO PENEZZI Gravadora: Capucho; Quanto: R$ 23, em média; Avaliação: ótimo No texto do encarte, Mauricio Carrilho dá a pista para se entender por que o piracicabano Alessandro Penezzi ainda não tem um reconhecimento à altura de seu talento: seu violão serve à música, não à vaidade de solista. Quando quer ser virtuoso, para fazer jus a Raphael Rabello ("Saudades de Raphael"), Penezzi é. Mas predominam as valsas e os choros tocados a partir de uma base tradicional, sobre a qual ele faz tão discretas quanto decisivas intervenções. A economia de notas em "Todo Sentimento" (Cristovão Bastos/Chico Buarque) é, paradoxalmente, notável. Solo ("Sentindo" e outras) e em trio ("Delírio Brito" etc.), ele constrói um pequeno grande disco. POR QUE OUVIR: Fazer muito com pouco ainda é uma das grandes lições de música. Penezzi a aprendeu e a repassa com categoria. (LFV) Rock You Cross My Path THE CHARLATANS Gravadora: Music Brokers; Quanto: R$ 26; Avaliação: bom Identidade forte nunca foi dos maiores méritos dos ingleses do Charlatans. Isso, no entanto, não se tornou um problema, já que eles criaram uma respeitável carreira desde o começo dos anos 90, com influências da psicodelia sessentista. É uma banda genérica, mas com qualidade. Sendo assim, "You Cross My Path" soa honesto ao incorporar tendências de outro período, agora o rock com toques dançantes da fase recente do New Order -os vocais e o baixo de "Bad Days" fazem parecer cover da banda de Bernard Sumner. POR QUE OUVIR: Inicialmente disco para download do site da rádio XFM, "You Cross My Path" traz um Charlatans revigorado, usando o órgão Hammond de Tony Rogers, elemento que lhe dá um mínimo de originalidade, de forma mais equilibrada. (BRUNO YUTAKA SAITO) MPB Vento Leste PC CASTILHO Gravadora: independente; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: bom De falta de ousadia não morre PC Castilho, cujo primeiro trabalho solo já é um CD duplo. O multiinstrumentista se mostra mais maduro no disco instrumental, pois é área em que atua há bastante tempo. A sua "Barra do Leste" e as recriações "Saídas e Bandeiras"/"Cais" e "Cafezais do Fim" são belas faixas. No disco de canções, ele deixa claras suas origens do sul fluminense, temperando jongo e folia de reis com outras balizas nacionais, como o xote (o bom "Pra Você, Mãe") e o samba (o ótimo "Se Eu Ganhar na Loteria"). Já à sua voz monocórdia, de pouca extensão, falta tempero, e algumas de suas composições não vão além de projetos bem-intencionados. POR QUE OUVIR: Quando atua como o bom músico que é e ganha o apoio de intérpretes como Mart'nália e Edu Krieger, o CD cresce. (LFV) Pop La Plata JOTA QUEST Gravadora: Sony&BMG; Quanto: R$ 21, em média; Avaliação: regular Da geração mineira que surgiu nos anos 90, o Jota Quest sempre foi a banda com menos pretensões artísticas. Seu negócio é fazer um som dançante, entre uma e outra balada de sucesso. Nada contra, mas a superexposição da banda até em comercial de TV reforçou a impressão de que eles são apenas mais um produto descartável. "La Plata", o novo disco, retorna à "missão" inicial, de fazer um som alegre, pra cima, de festa. Dentro dessa filosofia, e misturando soul, funk, rock, samba e eletrônica, funciona bem. POR QUE OUVIR: Com produção de Liminha, o grupo criou bons momentos, como a funkeada "Ladeira" (com Nelson Motta nos créditos), "So Special", "Hot to Go" e "Paralelepípedo" (essas com o trombonista Ashley Slater, ex-Freak Power). (BYS) Rock Certifiable THE POLICE Distribuidora: Universal; Quanto: R$ 50, em média; Classificação: livre; Avaliação: bom Este é o show de Buenos Aires da turnê que rodou o mundo no ano passado -e esteve no Maracanã em dezembro. Reunião de grandes sucessos, executados com maestria por Sting, Andy Summers e Stewart Copeland, peca pela faceta claramente caça-níqueis dos shows, talvez um pouco sem tesão. O lançamento traz CD e DVD. POR QUE VER: Melhor que o show oficial é o documentário "Better than Therapy", de Jordan Copeland -filho do baterista-, que capta o momento dos ensaios da reunião, os bastidores do primeiro show, as brigas bem-humoradas etc. Pena que só é possível vê-lo inserindo o DVD no computador, por meio do site da banda. (IVAN FINOTTI) Show All Together Now CIRQUE DU SOLEIL Distribuidora: EMI; Quanto: R$ 50, em média; Classificação: livre; Avaliação: regular Apesar de se vender como documentário sobre a criação de "Love", espetáculo do Cirque du Soleil baseado em canções dos Beatles, "All Together Now" mostra mesmo como pode ser difícil se meter com a lendária banda. Em vez de apresentar bailarinos e exibir a preparação para a estréia, temos aqui 84 minutos de pura reverência, em que um Cirque empolgado é sugado pelos pitacos das viúvas Yoko Ono e Olivia Harrison e pela preocupação com Ringo Starr e Paul McCartney. POR QUE VER: Quem já conhece o espetáculo descobre a influência dos egos em sua criação; de outro lado, dispersas informações de bastidores dos Beatles podem interessar a fãs. (CRISTINA FIBE) Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Conexão pop: A nova viagem de Kanye Índice |
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