São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEVISÃO

Crítica

Os comunistas nunca souberam lidar com a arte

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não é preciso ter visto o "Soy Cuba" para apreciar "Soy Cuba - O Mamute Siberiano" (Canal Brasil, 16h30; livre), documentário de 2005 em que Vicente Ferraz levanta a história da realização desse épico de Mikhail Kalatozov.
"Soy Cuba" é de 1964 e foi feito no alvorecer de Revolução Cubana. No entanto, a cada plano sente-se o peso da produção. Não por acaso, o resultado tem tanto de sofisticação quanto de academismo -algo bem próprio do cinema soviético desde que Stalin passou a se ocupar dele.
Ora, o contraste gritante é entre uma revolução jovem num país pobre e uma revolução já carcomida, a russa. Mas o que mais chama a atenção é notar algo que os comunistas nunca conseguiram resolver: o que fazer com a arte.
A arte é uma bobagem, sabe-se. Não enche barriga, não serve para nada. Mas não dar conta dessa bobagem pode ser fatal. A URSS, não há dúvida, caiu muito mais por falta de arte livre do que por dinheiro para as armas.


Texto Anterior: Resumo das novelas
Próximo Texto: Livro tempera receitas com crônicas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.