São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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CRÍTICA DRAMA

Convencional, obra de artista plástica é artisticamente nula

IVAN FINOTTI
DE SÃO PAULO

Cinebiografias são reféns do tamanho do biografado. O curioso é que, quanto maior o sujeito em questão, menores são as chances de o filme alcançar algum êxito artístico. Corre-se sempre o risco de que a história filmada não passe de veículo para justificar o gênio e mostrar o quanto aquele garoto estava destinado aos píncaros da glória.
Recentemente, e por razões diferentes, dois filmes escaparam dessa sina. "Johnny & June" (2005), sobre Johnny Cash, retrata um grande artista de segunda grandeza e, por isso, não se sente obrigado a devotar respeito ilimitado a ele.
Já "Não Estou Lá" (2007) foge do clichê ao "biografar" Bob Dylan -usa sete atores no papel do astro, não conta uma história linear. "O Garoto de Liverpool" não se enquadra nessas exceções. Ao contrário, trata-se de um filme de consumo rápido, uma curiosa e divertida ficção inspirada na vida real. Com bom ritmo, a família vai adorar, sofrer, torcer etc.
Não se trata de uma obra de arte, e sim de um produto típico para a "Sessão da Tarde". E, a despeito das credencias de artista plástica da diretora, não se vê na tela uma única imagem marcante.
Se o artista retratado não tivesse a importância de John Lennon para a cultura pop, seria um filme médio, até bom. Mas deixa muito a desejar quando o sujeito em questão se chama John Lennon.

O GAROTO DE LIVERPOOL

DIREÇÃO Sam Taylor-Wood
PRODUÇÃO Reino Unido/Canadá, 2009
COM Aaron Johnson, Anne-Marie Duff
ONDE nos cines Cidade Jardim, Iguatemi, Lumière e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO péssimo


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