São Paulo, quinta, 3 de dezembro de 1998

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EXPOSIÇÃO
Brasileiro, que também tem obras em mostra no Rio, exibe na galeria americana Lelong seis esculturas
NY vê história da arte de Waltercio Caldas

da Sucursal do Rio

O artista plástico Waltercio Caldas encerra o ano com uma exposição que ocupa, a partir de hoje, a badalada Galerie Lelong, em Nova York. Simultaneamente, ele exibe duas esculturas na galeria Paulo Fernandes, no centro do Rio.
A exposição em cartaz nos EUA conta com seis esculturas inéditas, obtidas a partir do mármore, do aço inoxidável e do vidro. Duas são homenagens a pintores -o italiano Giotto e o francês Ingres- , e outra ao pianista norte-americano Thelonious Monk.
"É difícil descrever o conteúdo dessas peças. Elas tratam da história da arte como um material possível de ser manipulado, trabalhado fisicamente", explica Caldas.
O reconhecimento do escultor no exterior é um privilégio de poucos artistas contemporâneos brasileiros. Em 1992, Caldas participou de uma coletiva sobre a América Latina no Museu de Arte Moderna de Nova York. Dois anos mais tarde, esculpiu uma peça sem título que enfeita uma área a céu aberto na Noruega.
A mostra no Rio, que fica em cartaz até o dia 25 de dezembro, é bem modesta. Ela reúne duas obras feitas com madeira, fio de lã e aço inoxidável.
"Nenhuma dessas obras tem título. Nesse caso, minha preocupação foi estritamente com as cores. O resultado foi um trabalho quase transparente, apelidado por mim de pele do ar", conta.
Caldas, 52, acha que os artistas de sua geração enfrentaram mais dificuldades para alcançar reconhecimento fora do país.
De acordo com ele, a globalização facilitou o acesso às artes, porque criou novos canais de comunicação com o público.
"Quando comecei, tudo era muito menor. Era mais difícil ter acesso à obras de outros artistas. Tínhamos pouco espaço nas galerias e raras chances de publicar nossas obras em um catálogo", diz.
Conhecido por suas obras pouco convencionais, Caldas não acredita que as artes plásticas sejam restritas à elite.
"Assim como a ciência, a arte é uma linguagem específica. Poucos sabem como funciona um cateter", exemplifica.
²
Exposição: Waltercio Caldas
Onde: galeria Paulo Fernandes (r. do Rosário, 38, térreo, centro do Rio, tel. 021/ 253-8582)
Quando: terça a domingo, das 11h às 17h
Quanto: entrada franca




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