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Crítica
Talvez seja hora de reavaliar "Raposa de Fogo"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Raposa de Fogo" (Max Prime, às 23h) ganhou minha antipatia no passado em boa parte por suas semelhanças e diferenças em relação a "Estradas
do Inferno", outro filme
envolvendo aviões, espionagem, URSS.
No filme de 1982, dirigido
por Clint Eastwood, Mitchell
Gant (o próprio Clint) é um veterano do Vietnã encarregado
pela CIA de roubar um fabuloso avião criado pelos russos.
No filme que Joseph von
Sternberg realizou em 1957,
existe uma oficial russa, que foge da URSS num avião e desembarca nos EUA. E, quando
ela tira a roupa de aviadora, lá
está Janet Leigh absolutamente linda. Aí o que se segue é
uma guerra fria sensual entre
Janet e John Wayne, que dá
num dos filmes mais eróticos
da história.
"Raposa..." não tem dessa. É
o velho Clint solitário que deve
agir, carregando apenas seus
males de veterano. Talvez seja
hora de, à luz das maravilhas
que Clint tem feito, reavaliar
este filme do tempo em que a
Guerra Fria agonizava.
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