São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

Almodóvar usa bem o drama dentro de hospital

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não há nada de estranho na crença do personagem Benigno de que deve falar com sua paciente em coma como se ela estivesse ali, escutando. É o que todos, mais ou menos, fazemos quando temos um parente nesse estado.
É quase como a morte, não sabemos se ele é capaz de escutar, mas, por via das dúvidas, acreditamos que sim, que algo chegará a ele, quando mais não seja nossa afeição.
É mais ou menos assim que pensa o enfermeiro de "Fale com Ela" (TC Cult, 22h; 18 anos).
É disso também que convencerá Marco, o namorado de uma toureira que chega ao hospital também em coma.
O espanhol Pedro Almodóvar, diretor deste filme, não é bobo, sabe bem que hospitais são um belo lugar para melodramas acontecerem.
Ele sabe também que tudo isso implica um contágio sempre interessante -e não raro delirante- entre imaginação e realidade. Estes são os dois materiais preciosos que constituem, afinal, a arte tão frágil como a psique humana que é o cinema.


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