São Paulo, Quinta-feira, 04 de Fevereiro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Consuelo de Paula faz leitura popular

da Redação

Um pouco da música folclórica moçambicana vive em Pratápolis, uma pequena cidade do sudoeste do Estado de Minas Gerais. É de lá que vem a cantora Consuelo de Paula, que acaba de estrear em CD com o álbum "Samba, Seresta e Baião".
Com arranjos modernos, muitas cordas e percussão inspirada na batida africana, o disco passeia por um repertório que reúne Ataulfo Alves, Alceu Valença, Chiquinha Gonzaga e Paulo César Pinheiro.
"A proposta é unir as três "almas" da música popular brasileira numa estética comum", disse a cantora em entrevista à Folha.
O resultado é um trabalho homogêneo no que toca ao conceito e ao formato, mas eclético nos vetores -ritmos, instrumentos, ambientações. Djembês, agogôs, caixas de congo e de folia, xequerês, caxixis se acomodam com violões e bandolins no que Consuelo pretende que seja uma leitura popular da própria herança cultural popular, opondo-se a outros projetos. "Nóbrega faz uma leitura erudita do popular, existem também versões pop, com guitarras, do popular, mas a minha é popular do popular."
Todo acústico, o álbum (independente) é o seu primeiro trabalho gravado e marca seus primeiros passos como compositora. "Componho inspirada nas congadas e músicas folclóricas africanas que ouvi na infância."
Os congos ou congadas são festas de coroação dos reis do Congo, trazidas pelos escravos bantos e representadas até hoje em alguns lugares do Brasil, como o Vale do Jequitinhonha. (SC)


Disco: Samba, Seresta e Baião
Artista: Consuelo de Paula
Lançamento: independente (R$ 18, em média)





Texto Anterior: Ouvindo seu Nelson na sala
Próximo Texto: Nóbrega, regional, fala para o mundo
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.