São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011

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Brasil tem 58 orquestras, que dependem dos governos

Em debate da Folha, especialistas falaram da música clássica no país, apontando Osesp como exemplo de padrão internacional

DE SÃO PAULO

"A Osesp fez de São Paulo um modelo do que pode ser música clássica bem-sucedida no Brasil. Mas o investimento público continua sendo obrigatório."
A frase foi dita pelo diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Arthur Nestrovski, no debate "Música clássica no Brasil hoje", promovido pela Folha, em sua sede, na noite da última quarta-feira.
O encontro também contou com a presença de Nelson Kunze, editor da revista "Concerto", Cacá Machado, ex-diretor do Centro de Música da Funarte, e Sidney Molina, crítico de música clássica da Folha. Todos estiveram de acordo em um tema: sem incentivo público, não há excelência musical no Brasil.
"Música clássica e ópera não vingam no mercado. As orquestras dependem de vontade política", disse Nelson Kunze, ilustrando: "Nos anos 1980, houve uma ótima orquestra na Paraíba, que existiu porque o governador gostava".
Kunze defendeu que as orquestras precisam fincar bases para se defender das trocas de governo: "Se a orquestra se capilariza na sociedade, ela ganha força. É o caso da Osesp, a única manifestação cultural no Brasil que conseguimos medir com régua internacional".
Além da Osesp, os debatedores elogiaram os exemplos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, regida por Fábio Mechetti, e da Orquestra Sinfônica Brasileira, do Rio de Janeiro, regida por Roberto Minczuk.
Nestrovski apontou que o Brasil tem, hoje, de acordo com o guia "Viva Música", 58 orquestras. "Mas não existe uma liga de orquestras para coordená-las", completou.
Cacá Machado disse que grande parte dos programas públicos é assistencialista. "Um editalizinho aqui para os compositores não vai resolver situação nenhuma."


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