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RELÂMPAGOS
O segurança
JOÃO GILBERTO NOLL
Um dia ele vai me encarar
sem disfarces. Conhecerá
meu caratê mental. E pedirei um miserável favor: que
deixe de me olhar de sua
trincheira anestesiada. Certo, tratava-se de um segurança do shopping: dissimulando-se seguia meus
movimentos, a asfixiar
meus rumos para a tarde.
Sério: assim eu não podia
prosseguir. Então parei nas
barbas dele. Esquentei as
turbinas, rosnei. Ele parecia
a ponto de me conduzir às
câmaras reservadas aos suspeitos. Esturrava-se todo
por dentro. Na aparência, a
fixidez de cera. Para jogar
água fria, falei: "Sou fraco".
E fui embora, murmurando
opacas queixas para os que
passavam.
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