São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Vitrine

Rock
Greatest Hits
MORRISSEY
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: ótimo
Uma revisão sobre uma carreira tão singular quanto a do ex-vocalista dos Smiths é tão necessária quanto discutível. Lamentavelmente, não há aqui "Alma Matters" ou "Boy Racer", mas as duas canções inéditas e o cover de Patti Smith valem o sacrifício. Morrissey não é dos mais prolíficos, e isso lhe dá domínio total da qualidade de sua obra. Assim, mesmo uma coletânea como esta, que se concentra mais em seus dois últimos álbuns, não deve em nada às anteriores. Mestre da arte de combinar letras doces e ferinas com uma interpretação frágil, Morrissey é relevante como poucos artistas solo.
POR QUE OUVIR: As novas, "That's How People Grow Up" e "All You Need Is Me", fazem perguntar por que tanta gente parou apenas na etapa Smiths do cidadão. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Erudito
Água da Fonte
CLÁUDIA RICCITELLI/NAHIM MARUN
Gravadora:
Clássicos; Quanto: R$ 37, em média; Avaliação: ótimo
Uma das melhores vozes do país no registro de soprano lírico, Cláudia Riccitelli decidiu emprestar seu talento às canções de Villa-Lobos. Além das pouco conhecidas "Duas Paisagens" (1946), ataca "Modinhas e Canções - Álbum nº 1" (que inclui "Nhapopê" e "Lundu da Marquesa de Santos"); o delicioso ciclo das "Serestas", com 14 obras-primas, entre as quais a singela "Modinha"; e criações do compositor a partir de versos de Carlos Drummond de Andrade ("Cantiga do Viúvo") e Manuel Bandeira ("O Anjo da Guarda").
POR QUE OUVIR: Apoiada pelo piano sensível de Nahim Marun, Riccitelli, com sua habitual sofisticação e musicalidade, realiza interpretações de referência de algumas das mais sedutoras criações de Villa-Lobos. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

MPB
Comportamento Geral
DANIEL GONZAGA
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 29, em média; Avaliação: bom
Experimente ouvir em "shuffle" (ordem aleatória) as faixas deste quinto álbum de Daniel Gonzaga e os respectivos registros de Gonzaguinha (1945-91) -compositor delas e também pai de Daniel. A sabida similaridade entre os timbres assombra ainda mais, inclusive porque o recém-lançado CD soa setentista, por suas gravações ao vivo e sem retoques. A sensação de invadir território familiar e ao mesmo tempo estranho percorre quase todo este novo retorno de Daniel às suas raízes -em 2001, ele reviu a obra do avô Luiz Gonzaga; os outros três álbuns foram autorais. Daniel não inventa muito (nem precisa), mas pincela personalidade em faixas como "João do Amor Divino", cujo potencial rock sobressai à base de guitarra.
POR QUE OUVIR: Há a catarse inevitável de "O que É? O que É?", mas um Gonzaguinha menos óbvio emerge de músicas como "Chão, Pó, Poeira" e "Festa". (RAQUEL COZER)

Instrumental Forasteiro
ALEXANDRE CALDI
Gravadora:
Delira Música (www.deliramusica.com.br); Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
Integrante dos grupos Garrafieira, LiberTango e Sincronia Carioca, o saxofonista e flautista Alexandre Caldi lança em boa hora o primeiro trabalho com o seu nome. Maduro e cercado de bons músicos, ele não se esvai em solos gratuitos, interferindo sem excessos nas canções alheias -um "Canto de Xangô" (Baden/Vinicius) mais lírico, com um sax barítono que remete a Moacir Santos, e um "Deixa a Menina" (Chico Buarque) com a melodia desmembrada, para cada instrumento uma trilha- e mostrando um bom conjunto de músicas próprias.
POR QUE OUVIR: Com competência e alegria, Caldi concilia samba, salsa, galope, baião e outros ritmos. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

MPB
Meu Coração Brasileiro
CLARA BELLAR
Gravadora:
Atração; Quanto: R$ 22, em média; Avaliação: bom
Casada com um brasileiro, a atriz e cantora francesa Clara Bellar canta em português com pouco sotaque, e ainda se acompanhou aqui de grandes músicos nacionais, a começar por Dori Caymmi, o arranjador. O resultado é um trabalho honesto, não um disco de gringo, com interpretação e sonoridade agradáveis. Mas é claro que, para ouvidos brasileiros, não há muita novidade num repertório com "Joana Francesa" (com a participação do cantor Milton Nascimento), "Aquarela do Brasil" (ao lado do compositor e violinista João Bosco), "Folhas Secas", "Feitiço da Vila", "Sampa", "Piano na Mangueira" e outras.
POR QUE OUVIR: Grandes músicas bem cantadas e bem tocadas. Não é pouco. (LFV)

POP
Detours
SHERYL CROW
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: bom
Então Sheryl Crow fez uma volta (como indica o título em inglês de seu novo álbum) rumo ao estilo "violão roots rock" que a consagrou. Contando com o retorno de Bill Bottrell, que produziu seu primeiro (e bem-sucedido) disco, "Tuesday Night Music Club" (de onde saíram hits como "All I Wanna Do" e "Run, Baby, Run"), a cantora e compositora norte-americana fez mais uma daquelas obras talhadas para as rádios pop. Em seu site, ela explica que as composições traduzem "como eu vejo as coisas que estão acontecendo no mundo e tudo o que me aconteceu nos últimos anos", incluindo um filho (para quem fez "Lullaby for Wyatt").
POR QUE OUVIR: Há diversas músicas leves ("God Bless this Mess"), alegrinhas ("Out of Our Heads"), despretensiosas ("Detours") -ainda que haja algumas pretensiosas também, como "Peace Be upon Us", que conta com um trecho em árabe.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


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