São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Waldick Soriano ganha tributo de Patrícia Pillar

Atriz estréia na direção com filme sobre cantor que é símbolo da música brega

Atração do É Tudo Verdade, documentário mostra cenas de shows; "Ele era um personagem da minha infância", afirma a diretora

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele não é cachorro, não -é um "poeta", como ele mesmo se define, apesar de ter feito várias cachorradas (principalmente com as mulheres) e de ter levado uma vida que muitos diriam "de cão".
O baiano Waldick Soriano, 74, um dos grandes ícones da chamada música brega (ou romântica, como ele prefere), é o tema do média-metragem que marca a estréia de Patrícia Pil- lar na direção, o documentário "Waldick - Sempre no Meu Coração", exibido hoje no É Tudo Verdade, em São Paulo.
"Ele era um personagem da minha infância, eu o ouvia no rádio", diz Pillar, em entrevista à Folha, por telefone. "Lembrava bem da figura dele no Chacrinha, aquele cara todo de preto, havia uma coisa misteriosa, divertida, que me chamava a atenção quando criança."
O interesse da diretora pelo cantor voltou a florescer quando, há três anos, ela ouviu por acaso, no rádio, "Tortura de Amor", um dos maiores hits de Waldick, que chegou a ser censurado pela ditadura militar.
"O Ciro [Gomes, deputado federal e seu marido] me disse que era o Waldick cantando, pesquisei e vi que era composição dele. Isso me chamou a atenção, não sabia que ele era compositor, resolvi comprar LPs dele, e começou a tomar um espaço grande em mim, me comovia muito. É uma voz rude, primitiva, mas ao mesmo tempo uma poesia simples."
Pillar passou a acompanhar o cantor esporadicamente, com uma pequena equipe de filmagem, a partir de 2005, rodando com ele por shows em cidades do interior cearense e registrando sua volta à terra natal (Caetité, BA), além de uma passagem por São Paulo.
É dessas imagens de viagens e shows, além de entrevistas com Waldick e pessoas próximas, que o filme é feito. Ele vem se somar ao revisionismo da vida e obra do cantor que começou com o livro "Eu Não Sou Cachorro, Não" (2002), de Paulo Cesar de Araújo.
"Não queria fuxicar a vida dele. O que aconteceu durante nossos passeios eu juntei e mostrei. Acho que conta um pouco da história do Waldick e de muitos brasileiros que saíram de suas cidades em busca de um sonho", diz a diretora.


WALDICK - SEMPRE NO MEU CORAÇÃO
Quando:
hoje, às 19h
Onde: no Cinesesc (r. Augusta, 2.075, tel. 0/xx/11/3087-0500)
Quanto: grátis


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