São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

THIAGO NEY

Maratona eletrônica?

Talvez pela falta de concorrência, a programação deste ano do Skol Beats esteja um pouco acomodada

HOJE E amanhã tem Skol Beats em São Paulo. É a oitava edição do festival, a edição de "volta às raízes", com estrutura menor, em área gramada, sem nenhuma banda grande no line-up. É, pelo menos no papel, uma proposta mais simpática e menos megalomaníaca do que a de anos anteriores, em que pretendia ser o "maior festival de música eletrônica do mundo".

 

Muita gente está reclamando do preço do ingresso (até ontem, R$ 120 por dia ou R$ 200 o pacote de dois dias). Caro ou não, há pelo menos uma distorção. Em 2006, que tinha um grupo tão popular como o Prodigy na escalação, as entradas custavam R$ 70. Neste ano, não tem nenhum nome tão conhecido quanto o Prodigy. O resultado é que a procura por ingressos para a noite de hoje estava bem fraca.
 

Algumas pessoas criticam a escalação de gente como Laurent Garnier, Miss Kittin e Afrika Bambaataa, nomes que já vieram várias vezes ao Brasil. Vejo de outra maneira. Claro que não existe o apelo do ineditismo, mas um circuito forte de música (seja eletrônica ou rock) só existe quando temos a possibilidade de assistir constantemente às apresentações de um DJ ou de uma banda relevante. Jeff Mills, por exemplo, toca todo ano no Sónar.
 

O problema é que o Skol Beats é um dos poucos eventos do tipo no Brasil -voltado à dance music, ao ar livre, com várias tendas e duração extensa. Talvez pela falta de concorrência, a programação deste ano esteja meio acomodada. São poucos os que realmente fogem do convencional.
Nathan Fake, Q-Bert, MSTRKRFT, o brasileiro Gui Boratto e os VJs Addictive TV são os destaques da noite de hoje/manhã de sábado.
 

Amanhã, a coisa deve melhorar bastante. Tem o electro-rock do Simian Mobile Disco, o minimalismo de Guy Gerber e M.A.N.D.Y., o drum'n'bass de Friction, Fabio & Grooverider, e o tecno de Miss Kittin e Laurent Garnier. E a dobradinha Laurent Garnier x Marky. Além desses, há os bons nomes daqui, como Mau Mau, Marky, Andy e Renato Cohen. Além do Bonde do Rolê -será que vai funcionar? E tem também o ótimo Murphy, que encerra o festival no palco.
 

Bem ou mal, é aquela história: o Skol Beats é oportunidade para ouvir música eletrônica em várias de suas formas: tecno, electro, minimal, trance... E, pelas mãos de um bom DJ, na companhia de amigos, você pode ter uma das noites de sua vida.
 

O que é um bom DJ, já me perguntaram. Basicamente, alguém com bom gosto e que te faça dançar. Mas, por experiência, arrisco: um bom DJ é aquele que faz com que gente com mais de 30 anos não sinta tanto embaraço em "sair para dançar".

thiago@folhasp.com.br

Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Música: Connick faz tributo a Nova Orleans
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.