São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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Serra estuda proibição de "vinho" e vidro

DA REPORTAGEM LOCAL

Comparado ao franzino Smigol, de "O Senhor dos Anéis". Ou chamado de lindo. Vaiado. Aplaudido. E até sob rajadas de "vinho químico" (álcool com sabor artificial) , o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se submeteu à crítica popular ao se aventurar, à meia-noite de ontem, pelo viaduto do Chá em plena Virada.
Para desespero dos seguranças -que chegaram a pedir reforço durante o percurso- Serra e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) caminharam da Prefeitura, no vale do Anhangabaú, até a praça Ramos de Azevedo, para o espetáculo de harpa do Mass Ensemble.
Já de saída, governador, prefeito e séquito foram atingidos por jatos do "vinho", o que se repetiu à porta do Teatro Municipal. No curto roteiro, de pedidos de fotos ou xingamentos, a dupla -Serra, palmeirense; Kassab, são-paulino- ouviu um grupo gritar "Ronaldo! Ronaldo!", numa referência ao jogador do Corinthians.
Serra, que quatro horas antes assistira a um espetáculo de dança no vale do Anhangabaú, manifestou espanto com a quantidade de pessoas que bebiam pelas ruas.
Mais tarde, numa conversa com o secretário de Cultura, Carlos Augusto Calil, e com o presidente da SPTuris, Caio Carvalho, Serra se queixou da venda desse "vinho". Caio defendeu que fosse coibida na próxima edição, assim como o uso de recipientes de vidro (o esquema deverá ser igual ao do Carnaval, com uma empresa assumindo a venda de bebidas).
Foi a caminho do show de Tom Zé. Kassab já tinha ido embora: "O Gilberto já escapou, né?", perguntou o governador, no parapeito com vista para a praça Ramos.
Ali, cercado por um público acolhedor, com quem conversava sobre a performance do Mass Ensemble-Earth Harp, Serra se entregou à música. "Sempre tive fascínio pela harpa, desde os filmes dos irmãos Marx", declarou relaxadamente. Não por muito tempo. Ao seu lado, Calil reclamou das restrições orçamentárias para a Virada. "Sabe o que me disseram? Faça mais com menos."
De lá, Serra assistiu a um trecho do show de Tom Zé. Na saída, o governador -que seguia para o Sesc Pompeia- acabou entrando numa van particular por engano. Eram quase 4h quando Serra desistiu de assistir a uma peça teatral no centro da cidade. Para alívio da segurança.


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