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Serra estuda proibição de "vinho" e vidro
DA REPORTAGEM LOCAL
Comparado ao franzino Smigol, de "O Senhor dos Anéis".
Ou chamado de lindo. Vaiado.
Aplaudido. E até sob rajadas de
"vinho químico" (álcool com
sabor artificial) , o governador
de São Paulo, José Serra
(PSDB), se submeteu à crítica
popular ao se aventurar, à
meia-noite de ontem, pelo viaduto do Chá em plena Virada.
Para desespero dos seguranças -que chegaram a pedir reforço durante o percurso- Serra e o prefeito Gilberto Kassab
(DEM) caminharam da Prefeitura, no vale do Anhangabaú,
até a praça Ramos de Azevedo,
para o espetáculo de harpa do
Mass Ensemble.
Já de saída, governador, prefeito e séquito foram atingidos
por jatos do "vinho", o que se
repetiu à porta do Teatro Municipal. No curto roteiro, de pedidos de fotos ou xingamentos,
a dupla -Serra, palmeirense;
Kassab, são-paulino- ouviu
um grupo gritar "Ronaldo! Ronaldo!", numa referência ao jogador do Corinthians.
Serra, que quatro horas antes
assistira a um espetáculo de
dança no vale do Anhangabaú,
manifestou espanto com a
quantidade de pessoas que bebiam pelas ruas.
Mais tarde, numa conversa
com o secretário de Cultura,
Carlos Augusto Calil, e com o
presidente da SPTuris, Caio
Carvalho, Serra se queixou da
venda desse "vinho". Caio defendeu que fosse coibida na
próxima edição, assim como o
uso de recipientes de vidro (o
esquema deverá ser igual ao do
Carnaval, com uma empresa
assumindo a venda de bebidas).
Foi a caminho do show de
Tom Zé. Kassab já tinha ido
embora: "O Gilberto já escapou, né?", perguntou o governador, no parapeito com vista
para a praça Ramos.
Ali, cercado por um público
acolhedor, com quem conversava sobre a performance do
Mass Ensemble-Earth Harp,
Serra se entregou à música.
"Sempre tive fascínio pela harpa, desde os filmes dos irmãos
Marx", declarou relaxadamente. Não por muito tempo. Ao
seu lado, Calil reclamou das
restrições orçamentárias para a
Virada. "Sabe o que me disseram? Faça mais com menos."
De lá, Serra assistiu a um trecho do show de Tom Zé. Na saída, o governador -que seguia
para o Sesc Pompeia- acabou
entrando numa van particular
por engano. Eram quase 4h
quando Serra desistiu de assistir a uma peça teatral no centro
da cidade. Para alívio da segurança.
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