|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Escuridão palpável
HELOISA SEIXAS
A mulher abriu os olhos. Um segundo e ela estava totalmente desperta. Mas não viu nada. Nada. O
escuro era total. Piscou várias vezes. E continuou a ver apenas o
breu, um negror absoluto, aterrador. Tinha medo de mover-se.
Não queria fazê-lo. Não sem antes
saber onde estava -e por que toda aquela escuridão. Procurou
controlar-se.
E de repente a memória a preencheu como um bálsamo, salvando-a. Lembrou-se que fora passar
uns dias na fazenda de uma amiga.
E, nas fazendas, as noites são assim: a escuridão, palpável, nos envolve como matéria sólida.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|