São Paulo, segunda, 4 de maio de 1998

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"Tenho medo da reação"

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

Domingos Pellegrini, 49, afirmou estar com medo da reação ao seu romance. Disse que esse medo surge "da pretensão de o romance tentar fixar uma identidade pé-vermelha". A seguir, trechos da entrevista:

Folha - O sr. poderia explicar esse medo da reação a "Terra Vermelha"?
Domingos Pellegrini -
Um romance com mais de 600 páginas se pretende um épico. Ele tem que ser pelo menos soberbo, ou vou receber grandes pauladas. Não é um policial, que prende o leitor pela trama. Ele terá que prender pela densidade de informação, pela junção dessa geléia de raças que formou a identidade pé-vermelha.
Folha - Esse aspecto, a identidade pé-vermelha, é que faz "Terra Vermelha" ser pioneiro?
Pellegrini -
Os grandes romancistas, como Érico Veríssimo, no sul, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, no nordeste, Palmério, em Minas, contaram o regionalismo de maneira universal. No norte do Paraná, eu tenho a pretensão de um romance que fixa a identidade pé-vermelha. É essa pretensão, pela novidade que é contar a nossa colonização, que faz esse medo aflorar.
Folha - Personagens reais, que fizeram a história da colonização da região, estão no livro?
Pellegrini -
O Affonso Romano de Sant'Anna, no prefácio, afirma que "Terra Vermelha" é um romance baseado na verdade. Eu busquei personagens familiares, situações centrais que definiram o futuro da região para mostrar como se deu o processo de construção de uma identidade regional.



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