DA REDAÇÃO

O documentário "O Outro Lado de Hollywood" (The Celluloid Closet), que será apresentado em duas partes -segunda e terça- na Semana da Diversidade Sexual, promovida pelo canal GNT, causou furor quando foi lançado, em 1995.
O longa, dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, disseca vários filmes da época áurea de Hollywood -mostra até cenas com Charles Chaplin, um dos ícones da fertilidade heterossexual- e tenta provar, através de cenas clássicas e algumas inéditas, o subtexto gay de muitas das histórias tecnicamente puritanas que foram produzidas entre os anos 20 e 60, como a cena de "Infâmia", de 1961, em que Shirley MacLaine se arrasta aos pés de Audrey Hepburn.
A tese do filme é mostrar como a homossexualidade foi retratada em Hollywood, e não deixa de ser curiosa a ironia em apresentar atores que, o tempo provou, fingiam ser o que não eram -Greta Garbo, por exemplo. Homossexuais representando heterossexuais que, vez ou outra, desmunhecavam ou mulheres que se postavam viris.
Além de cenas que você é obrigado a rever com outros olhos, o documentário reúne depoimentos de gente que participou direta ou indiretamente daquelas produções, como Tom Hanks (empresário soropositivo que namora Antonio Banderas no filme "Filadélfia"), Whoopi Goldberg (que teve experiências homoeróticas em "A Cor Púrpura") e Tony Curtis ("Spartacus"). "Spartacus", aliás, mostra uma das cenas de banho mais eróticas do cinema hetero, ou seria homossexual?