São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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Universal quer montar "CNN gospel"

Base de rede internacional seria em Atlanta, nos EUA, onde o bispo Edir Macedo mora e já possui um canal de televisão

Partido da igreja, o recém-criado PRB sonha eleger o bispo Marcelo Crivella governador do Rio de Janeiro neste ano

Antonio Chahestian/Divulgação
RECORD INVESTE EM PRODUÇÃO NO PANTANAL André Bankoff (à esq.) e Raphael Vianna em gravação na última quarta de "Bicho do Mato", na estância Ronco do Bugio, no Pantanal; cena usou 200 figurantes

COLUNISTA DA FOLHA

O céu é o limite para a Igreja Universal. Depois de passar o SBT, a Record quer vencer a Globo e criar uma rede internacional de televisão evangélica, falada em inglês ou espanhol, com sede em Atlanta (EUA), onde funciona a CNN.
O "projeto CNN" ainda é um assunto restrito à cúpula da emissora. Por enquanto, não passa de uma ambição.
Dono da Record, o bispo Edir Macedo já possui um canal de TV em Atlanta (EUA), uma das cidades em que mora.
A igreja também tem concessões de TV em países africanos. Essas emissoras, por enquanto, são usadas pela Record Internacional, o canal que transmite para o exterior as mesmas novelas, programas e jogos de futebol que são exibidos no Brasil. Além da África, o sinal da Record Internacional chega aos Estados Unidos, Canadá e Europa. Recentemente, a Record Internacional substituiu a Globo na TV Cabo, a maior operadora de TV paga de Portugal.

Partido
Outro braço da Igreja Universal é o Partido Republicano Brasileiro, criado no ano passado com assinaturas coletadas em templos de todo o país. As "estrelas" do partido são o vice-presidente da República, José Alencar, o senador e bispo Marcelo Crivella e o filósofo Roberto Mangabeira Unger (também colunista da Folha).
Presidente nacional do PRB, o bispo e deputado licenciado do Distrito Federal Vitor Paulo dos Santos, 42, recusa o rótulo de "partido da igreja".
"É uma grande injustiça dizer isso. A igreja não tem partido. Tem gente que diz que o PT é o partido da Igreja Católica, mas não é verdade. O vice José de Alencar é católico", afirma.
Para continuar existindo em 2007, o PRB terá de vencer a chamada cláusula de barreira -obter pelo menos 5% dos votos válidos para deputado federal e eleger congressistas em nove unidades da federação, no mínimo.
"Não vai ser uma eleição fácil", prevê o presidente do PRB, que hoje tem, além do senador Crivella e do vice Alencar, dois deputados federais e quatro estaduais.
O PRB só deve lançar candidato ao governo estadual no Rio de Janeiro, onde, acredita Santos, "o senador Crivella tem boas chances de ganhar a eleição" (o político aparece em segundo lugar nas pesquisas).
O partido também conta com uma aliança em torno da reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Santos afirma que terá amanhã uma reunião em Brasília com o presidente da República, que já prometeu subir no palanque de Crivella mesmo com o PT tendo candidato próprio no RJ.
Santos define o PRB como um partido de "centro-esquerda", que "luta por uma melhor distribuição de renda e pela erradicação da pobreza". Seu grande objetivo? "Todo partido quer ter um candidato à Presidência, mas isso ainda não foi cogitado", responde. (DC)


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