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Universal quer montar "CNN gospel"
Base de rede internacional seria em Atlanta, nos EUA, onde o bispo Edir Macedo mora e já possui um canal de televisão
Partido da igreja, o recém-criado PRB sonha eleger o bispo Marcelo Crivella governador do Rio de Janeiro neste ano
Antonio Chahestian/Divulgação
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RECORD INVESTE EM PRODUÇÃO NO PANTANAL
André Bankoff (à esq.) e Raphael Vianna em gravação na última quarta de "Bicho do Mato", na estância Ronco do Bugio, no Pantanal; cena usou 200 figurantes
COLUNISTA DA FOLHA
O céu é o limite para a Igreja
Universal. Depois de passar o
SBT, a Record quer vencer a
Globo e criar uma rede internacional de televisão evangélica,
falada em inglês ou espanhol,
com sede em Atlanta (EUA),
onde funciona a CNN.
O "projeto CNN" ainda é um
assunto restrito à cúpula da
emissora. Por enquanto, não
passa de uma ambição.
Dono da Record, o bispo Edir
Macedo já possui um canal de
TV em Atlanta (EUA), uma das
cidades em que mora.
A igreja também tem concessões de TV em países africanos.
Essas emissoras, por enquanto,
são usadas pela Record Internacional, o canal que transmite
para o exterior as mesmas novelas, programas e jogos de futebol que são exibidos no Brasil. Além da África, o sinal da
Record Internacional chega
aos Estados Unidos, Canadá e
Europa. Recentemente, a Record Internacional substituiu a
Globo na TV Cabo, a maior operadora de TV paga de Portugal.
Partido
Outro braço da Igreja Universal é o Partido Republicano
Brasileiro, criado no ano passado com assinaturas coletadas
em templos de todo o país. As
"estrelas" do partido são o vice-presidente da República, José
Alencar, o senador e bispo Marcelo Crivella e o filósofo Roberto Mangabeira Unger (também
colunista da Folha).
Presidente nacional do PRB,
o bispo e deputado licenciado
do Distrito Federal Vitor Paulo
dos Santos, 42, recusa o rótulo
de "partido da igreja".
"É uma grande injustiça dizer isso. A igreja não tem partido. Tem gente que diz que o PT
é o partido da Igreja Católica,
mas não é verdade. O vice José
de Alencar é católico", afirma.
Para continuar existindo em
2007, o PRB terá de vencer a
chamada cláusula de barreira
-obter pelo menos 5% dos votos válidos para deputado federal e eleger congressistas em
nove unidades da federação, no
mínimo.
"Não vai ser uma eleição fácil", prevê o presidente do PRB,
que hoje tem, além do senador
Crivella e do vice Alencar, dois
deputados federais e quatro estaduais.
O PRB só deve lançar candidato ao governo estadual no
Rio de Janeiro, onde, acredita
Santos, "o senador Crivella tem
boas chances de ganhar a eleição" (o político aparece em segundo lugar nas pesquisas).
O partido também conta
com uma aliança em torno da
reeleição de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). Santos afirma
que terá amanhã uma reunião
em Brasília com o presidente
da República, que já prometeu
subir no palanque de Crivella
mesmo com o PT tendo candidato próprio no RJ.
Santos define o PRB como
um partido de "centro-esquerda", que "luta por uma melhor
distribuição de renda e pela erradicação da pobreza". Seu
grande objetivo? "Todo partido
quer ter um candidato à Presidência, mas isso ainda não foi
cogitado", responde.
(DC)
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