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CRÍTICA DOCUMENTÁRIO
Cineasta discute o poder da imagem em longa sobre o presidente venezuelano
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Ao Sul da Fronteira" é,
para começar, um filme militante. Coloca-se a favor de
Hugo Chavéz e contra a mídia dos EUA (em especial). A
favor de Hugo Chavéz e contra a oligarquia venezuelana.
À luz das imagens selecionadas por Oliver Stone, é preciso convir que a mídia dos
EUA parece empenhada em
demonizar Chavéz.
Mesmo fora da Foxnews
(bushismo sem máscara), o
que se vê é Chavéz tratado como "ditador venezuelano".
Mas ele não foi eleito? Não foi
reeleito? Não fez plebiscitos?
Cineasta, Stone discute a
mídia a partir do cinema. Fazer cinema consiste em associar ideias a partir da justaposição de imagens.
O cinema exerce um tipo
de tirania que induz o espectador a amar ou odiar certas
coisas. O cinema ontem, a TV
hoje. A imagem, enfim.
A estratégia de Stone é nos
aproximar do demônio Chavéz. Entrevista-o, escuta-o.
Nesse sentido, o documentário contribui para que o espectador formule um juízo
mais equilibrado sobre o personagem, embora não possa
servir como fonte única.
No último terço, ele promove um périplo com alcance desigual: interessante na
Bolívia e na Argentina, bem
menos no Equador, no Paraguai e no Brasil.
O filme entra na pura ideologia e perde força. Mas o que
mostra sobre a Venezuela
não dá para desprezar.
AO SUL DA FRONTEIRA
DIREÇÃO Oliver Stone
PRODUÇÃO EUA/, 2010
ONDE Cine UOL Lumière, Cinesesc
e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom
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