São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2010

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CRÍTICA DOCUMENTÁRIO

Cineasta discute o poder da imagem em longa sobre o presidente venezuelano

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Ao Sul da Fronteira" é, para começar, um filme militante. Coloca-se a favor de Hugo Chavéz e contra a mídia dos EUA (em especial). A favor de Hugo Chavéz e contra a oligarquia venezuelana.
À luz das imagens selecionadas por Oliver Stone, é preciso convir que a mídia dos EUA parece empenhada em demonizar Chavéz.
Mesmo fora da Foxnews (bushismo sem máscara), o que se vê é Chavéz tratado como "ditador venezuelano".
Mas ele não foi eleito? Não foi reeleito? Não fez plebiscitos?
Cineasta, Stone discute a mídia a partir do cinema. Fazer cinema consiste em associar ideias a partir da justaposição de imagens. O cinema exerce um tipo de tirania que induz o espectador a amar ou odiar certas coisas. O cinema ontem, a TV hoje. A imagem, enfim.
A estratégia de Stone é nos aproximar do demônio Chavéz. Entrevista-o, escuta-o.
Nesse sentido, o documentário contribui para que o espectador formule um juízo mais equilibrado sobre o personagem, embora não possa servir como fonte única.
No último terço, ele promove um périplo com alcance desigual: interessante na Bolívia e na Argentina, bem menos no Equador, no Paraguai e no Brasil.
O filme entra na pura ideologia e perde força. Mas o que mostra sobre a Venezuela não dá para desprezar.


AO SUL DA FRONTEIRA
DIREÇÃO
Oliver Stone
PRODUÇÃO EUA/, 2010
ONDE Cine UOL Lumière, Cinesesc e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom



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