São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011
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Casa sempre teve expoentes sem tradição literária ROBERTO KAZ DE SÃO PAULO Desde sua fundação, em 1897, a Academia Brasileira de Letras acolheu figuras estranhas ao mundo das letras. Quem comprova é a antropóloga Alessandra El Far, autora de "A Encenação da Imortalidade" (FGV Editora), livro que investiga os 20 primeiros anos da instituição. A estratégia, segundo ela, refletia o modelo aberto da Academia Francesa, sobre a qual a ABL se debruçara. "Machado de Assis e Joaquim Nabuco trocavam cartas dizendo que sem expoentes de outras áreas a Academia não conseguiria se firmar", explica. Assim, a segunda leva de imortais já contava com a presença do sanitarista Oswaldo Cruz -responsável por erradicar a febre amarela no Rio- e do almirante Artur Jaceguai, herói da Guerra do Paraguai (1864-1870). "Se um herói de guerra ia dar visibilidade, por que não?", pergunta. "As demais academias não conseguiam se manter. Sem figurões a ABL não teria vida longa." A antropóloga vê a eleição de Merval Pereira dentro de um contexto histórico: "Hoje o homem de letras é quem escreve livros, mas no começo do século 20, era aquele que tinha boa oratória, que reunia pessoas. Desde o princípio foi possível que houvesse jornalistas na ABL." Texto Anterior: Entrevista: "Estou no lugar certo", afirma Merval Pereira Próximo Texto: "Solo" recria tragédias do Ocidente no século 20 Índice | Comunicar Erros |
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