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TEATRO
Cenógrafos do Brasil, Portugal e Uruguai participam de encontro de hoje a sábado no Sesc Vila Mariana, em SP
Fórum discute arquitetura cênica atual
DA REPORTAGEM LOCAL
O evento Palco em Cena, que
acontece no Sesc Vila Mariana,
em São Paulo, e propõe uma retrospectiva espacial da história do
teatro, abriga a partir de hoje o
Fórum Internacional de Arquitetura Teatral.
É o segundo encontro recente
no Brasil que trata da arquitetura
cênica, um conceito incipiente no
país, mas bastante difundido na
Europa e nos EUA. O primeiro
encontro, Espaço da Cena Latino-Americana, ocorreu há dois anos
também em São Paulo, no Memorial da América Latina.
"O arquiteto cênico não é necessariamente aquele que concebe o
projeto de construção, mas faz
uma espécie de assessoria sob o
ponto de vista do ator, do técnico
que trabalha no teatro, do conforto ambiental", explica o cenógrafo e arquiteto J. C. Serroni, 50, responsável pela curadoria do fórum.
A abertura hoje será feita pelo
designer, historiador, arquiteto e
cenógrafo inglês Iain Mackintosh,
apontado por Serroni como um
dos mestres do assunto. "Ele é um
filósofo do espaço cênico e seu
ofício se desenvolve na procura
pela criação de novos espaços teatrais bem-sucedidos e pela recuperação de velhos teatros para novas platéias."
Mackintosh falará sobre sua trajetória, que se confunde com a
própria história da arquitetura cênica mundial. Ele dirige o maior
escritório de arquitetura cênica
do mundo, o Theatre Projects
Consultants. Entre seus projetos,
estão a Royal Academy of Dramatic Art, em Londres (1997), e o De
Flint, em Amersfoot, Holanda
(1994).
Até sábado, serão realizadas
duas mesas sobre arquitetura cênica no terceiro milênio, uma sobre a técnica dentro do edifício
teatral e uma sobre processos cenográficos.
Além de Mackintosh, os convidados estrangeiros são o uruguaio Isidoro Singer e o português Antônio Lagarto, que assina
a cenografia de "Madame", produção luso-brasileira que estréia
na próxima quinta-feira em SP.
Entre os profissionais brasileiros, estão Gustavo Lanfranchi,
Fernanda Barbara, Miguel Juliano, Edson Elito, Marcos Flaksman, Raul Belém, Deise Alcântara, Robson Jorge e Rita Vaz (Teúba Arquitetos).
Há 15 anos atuando na área,
Serroni acredita que a reunião de
arquitetos e cenógrafos ampliará
as discussões em torno do edifício
teatral. "A gente ainda continua
construindo palcos italianos, modelos de três, quatro séculos atrás,
que hierarquizam as classes sociais na platéia, por exemplo, com
camarotes, frisas", afirma.
"Não é ruim em si, mas vivemos
outros tempos, precisamos desenvolver a linguagem cênica,
romper a quarta parede, interagir
com o público."
No ano passado, concorrendo
com 36 países, a representação
brasileira levou medalha de ouro
de arquitetura teatral na 9º Quadrienal de Cenografia, Indumentária e Arquitetura Teatral de Praga, na República Tcheca, principal evento mundial do gênero.
Foram contempladas em conjunto as obras de reforma dos teatros São Pedro (SP) e José de
Alencar (CE), além dos projetos
experimentais do Oficina (SP),
dos Bancários, do Cacilda Becker
(RJ) e do São Pedro (RS).
(VALMIR SANTOS)
Evento: Fórum Internacional de
Arquitetura Teatral
Quando: de hoje a sex., das 19h às 22h;
sáb., das 14h às 17h
Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141,
tel. 0/xx/11/5080-3095 ou 5080-3000)
Inscrição: R$ 20 (R$ 10 estudantes e
comerciários). Taxa única para o evento
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