São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2000


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TEATRO
Cenógrafos do Brasil, Portugal e Uruguai participam de encontro de hoje a sábado no Sesc Vila Mariana, em SP
Fórum discute arquitetura cênica atual

DA REPORTAGEM LOCAL

O evento Palco em Cena, que acontece no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e propõe uma retrospectiva espacial da história do teatro, abriga a partir de hoje o Fórum Internacional de Arquitetura Teatral.
É o segundo encontro recente no Brasil que trata da arquitetura cênica, um conceito incipiente no país, mas bastante difundido na Europa e nos EUA. O primeiro encontro, Espaço da Cena Latino-Americana, ocorreu há dois anos também em São Paulo, no Memorial da América Latina.
"O arquiteto cênico não é necessariamente aquele que concebe o projeto de construção, mas faz uma espécie de assessoria sob o ponto de vista do ator, do técnico que trabalha no teatro, do conforto ambiental", explica o cenógrafo e arquiteto J. C. Serroni, 50, responsável pela curadoria do fórum.
A abertura hoje será feita pelo designer, historiador, arquiteto e cenógrafo inglês Iain Mackintosh, apontado por Serroni como um dos mestres do assunto. "Ele é um filósofo do espaço cênico e seu ofício se desenvolve na procura pela criação de novos espaços teatrais bem-sucedidos e pela recuperação de velhos teatros para novas platéias."
Mackintosh falará sobre sua trajetória, que se confunde com a própria história da arquitetura cênica mundial. Ele dirige o maior escritório de arquitetura cênica do mundo, o Theatre Projects Consultants. Entre seus projetos, estão a Royal Academy of Dramatic Art, em Londres (1997), e o De Flint, em Amersfoot, Holanda (1994).
Até sábado, serão realizadas duas mesas sobre arquitetura cênica no terceiro milênio, uma sobre a técnica dentro do edifício teatral e uma sobre processos cenográficos.
Além de Mackintosh, os convidados estrangeiros são o uruguaio Isidoro Singer e o português Antônio Lagarto, que assina a cenografia de "Madame", produção luso-brasileira que estréia na próxima quinta-feira em SP.
Entre os profissionais brasileiros, estão Gustavo Lanfranchi, Fernanda Barbara, Miguel Juliano, Edson Elito, Marcos Flaksman, Raul Belém, Deise Alcântara, Robson Jorge e Rita Vaz (Teúba Arquitetos).
Há 15 anos atuando na área, Serroni acredita que a reunião de arquitetos e cenógrafos ampliará as discussões em torno do edifício teatral. "A gente ainda continua construindo palcos italianos, modelos de três, quatro séculos atrás, que hierarquizam as classes sociais na platéia, por exemplo, com camarotes, frisas", afirma.
"Não é ruim em si, mas vivemos outros tempos, precisamos desenvolver a linguagem cênica, romper a quarta parede, interagir com o público."
No ano passado, concorrendo com 36 países, a representação brasileira levou medalha de ouro de arquitetura teatral na 9º Quadrienal de Cenografia, Indumentária e Arquitetura Teatral de Praga, na República Tcheca, principal evento mundial do gênero.
Foram contempladas em conjunto as obras de reforma dos teatros São Pedro (SP) e José de Alencar (CE), além dos projetos experimentais do Oficina (SP), dos Bancários, do Cacilda Becker (RJ) e do São Pedro (RS). (VALMIR SANTOS)


Evento: Fórum Internacional de Arquitetura Teatral Quando: de hoje a sex., das 19h às 22h; sáb., das 14h às 17h Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3095 ou 5080-3000) Inscrição: R$ 20 (R$ 10 estudantes e comerciários). Taxa única para o evento

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