São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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Blur volta à forma em megashows

Banda é estrela do festival Glastonbury, toca para 100 mil no Hyde Park, em Londres, e retoma forte impacto dos anos 90

Após auge na era do britpop, banda retoma a formação original e mira no público jovem, que não consumia música na década de 90

Johnny Green/Associated Press
O vocalista Damon Albarn e o baixista Alex James, do Blur, em show anteontem no Hyde Park

LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Woo-hoo! As 100 mil pessoas arrastadas a um parque no coração de Londres e as outras 80 mil se aventurando na lama do festival Glastonbury não podem estar erradas. A banda Blur, grupo-ícone britânico dos anos 90 e uma das mais queridas formações musicais da Inglaterra, está oficialmente de volta. Pelo menos enquanto o verão europeu durar.
O quarteto -tão famoso pelas "canções para cantar junto" quanto pela eterna briga com o "grupo rival" Oasis- fez nesta quinta e sexta dois colossais shows no Hyde Park, no centro da capital inglesa.
As apresentações avalizaram o retorno à ativa do Blur original, celebrando a volta às boas relações do vocalista Damon Albarn com o guitarrista Graham Coxon, depois que o último largou a banda em 2002 e o primeiro resolveu pelo final dela, no ano seguinte.
O Blur é a banda do verão 2009, como o foi em vários verões dos anos 90. Mas os shows do Hyde Park não foram os primeiros em que os ingleses viram a olho nu a celebrada volta dos heróis do britpop, já que eles estrelaram o gigantesco Glastonbury, um dos principais eventos de música do planeta.
Mas no Hyde Park, o brilho todo era do Blur. Albarn, Coxon, o baixista Alex James e o baterista Dave Rowntree estavam lá. Os fãs antigos estavam lá. E os novos também estavam lá. Na quinta, em show visto pela Folha, chegou a ser comovente o seu desfile de músicas pegajosas acompanhado em coro pelas 100 mil pessoas que há tempos esgotaram ingressos para as duas apresentações.
Até na hora em que a voz do não-mais-jovem Albarn falhava, o "backing vocal" de milhares fazia o show transcorrer como se fosse 1994. Nos hits "Girls & Boys", "Song 2" e "Tender", não é exagero dizer que ele parecia um "coadjuvante" com o microfone na mão.

Amor próprio
Houve uma época no mundo pop que o Blur e o Oasis eram o Michael Jackson e Madonna da musica jovem britânica: primeiras posições das paradas, a vida pessoal devassada sem dó pelos tabloides, suas canções definindo um estilo de vida e até servindo de trilha ao resgate de um amor próprio que a Inglaterra havia perdido.
Mas, assim como substituiu a América grunge, a "Cool Britannia" também teve seu fim, quando o Oasis entrou em crise criativa e o Blur perdeu seu guitarrista, soltou um disco não muito inspirado ("Think Tank", de 2003) e sumiu do noticiário musical.
Agora, uma recém-lançada coletânea dupla e alguns badalados megashows (vistos por quase 200 mil pessoas em três apresentações), o Blur está mais que vivo. Amanhã, toca em Lyon, França. Na semana que vem, é a principal atração dos megafestivais Oxegen (Irlanda) e T in the Park (Escócia).
A questão agora é se, mesmo recebendo propostas para tocar em outros países, Albarn e Coxon vão levar à frente a ideia de parar mesmo com o Blur no final deste verão londrino. A Folha apurou que a banda estuda convite para se apresentar no Brasil no final do ano.


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