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7ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY
Sophie Calle e Bouillier têm reencontro na Flip
É o primeiro, ao menos publicamente, após rompimento famoso na França
Celebrada artista fez mostra a partir de e-mail que escritor mandou a ela; exposição é aberta em SP
na sexta, no Sesc Pompeia
RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL A PARATY
No dia em que Sophie Calle
fez 37 anos, Grégoire Bouillier
foi seu convidado número 37.
Era parte de um ritual da artista -convidar uma pessoa para
cada ano de vida e pedir a uma
delas que levasse um desconhecido em nome do ano vindouro.
Os dois franceses não se viram
mais nos 13 anos seguintes.
Sophie estava prestes a completar 50 anos quando reencontrou e passou a namorar
Bouillier. Até ele terminar por
e-mail, com um "cuide de você"
ao final. Ele então lançou um livro, "O Convidado Surpresa"
(2004), e ela montou uma exposição, "Cuide de Você"
(2007), com análises de 107
mulheres sobre o e-mail.
A chegada da exposição ao
Sesc Pompeia, em São Paulo, na
próxima sexta, permitiu um
anunciado "primeiro encontro
público" do casal na 7ª Flip. Será hoje, às 11h45, em mesa à
qual o escritor comparece por
indicação dela.
"Vou ao Brasil mais para a exposição. Foi uma sorte o evento
literário coincidir com minha
ida", disse Sophie, 55, à Folha,
por telefone, alguns dias antes
de chegar ao país.
Ela afirma que sugeriu o nome de Bouillier em meio a outros. "Ele não vem por minha
causa. Vem porque é um escritor e terá um livro publicado no
Brasil", desconversa, referindo-se a "O Convidado Surpresa" (Cosac Naify). "Não é marketing", ressaltou, em entrevista coletiva ontem, já em Paraty.
Bouillier, 49, é autor elogiado
por veículos como o "New York
Times". Com a vinda associada
à da artista, mais famosa que
ele, tem de dar satisfações todo
o tempo. "Aceitei porque parece arriscado, e isso me agrada",
disse ele à Folha. "Só pedi para
não me anunciarem como "o
autor da carta da exposição da
Sophie Calle"." Uma das vantagens, afirma, foi ter acelerado a
tradução de seu livro.
A chegada de Sophie fez com
que a Agir lançasse no Brasil
"Histórias Reais" (2002), em
que, com textos e imagens, relata "de modo econômico" vivências "significativas". "Fiz
também pelo prazer de escrever", diz ela, que não costuma
participar de eventos literários.
Clima de paquera
No catálogo da mostra, Sophie diz que mostrou a Bouillier a exposição antes de estreá-la. Tinha trocado a inicial
dele por um X. Ele disse para
devolver o G. "Foi generoso",
diz ela. Bouillier chegou a Paraty na terça, e Sophie, na quinta. Ontem, os dois se esbarraram por acaso -fizeram clima
de paquera, ele tirou um cílio
que tinha caído no rosto dela, e
os dois posaram para a Folha.
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