São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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7ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY

Sophie Calle e Bouillier têm reencontro na Flip

É o primeiro, ao menos publicamente, após rompimento famoso na França

Celebrada artista fez mostra a partir de e-mail que escritor mandou a ela; exposição é aberta em SP na sexta, no Sesc Pompeia

RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL A PARATY

No dia em que Sophie Calle fez 37 anos, Grégoire Bouillier foi seu convidado número 37. Era parte de um ritual da artista -convidar uma pessoa para cada ano de vida e pedir a uma delas que levasse um desconhecido em nome do ano vindouro. Os dois franceses não se viram mais nos 13 anos seguintes.
Sophie estava prestes a completar 50 anos quando reencontrou e passou a namorar Bouillier. Até ele terminar por e-mail, com um "cuide de você" ao final. Ele então lançou um livro, "O Convidado Surpresa" (2004), e ela montou uma exposição, "Cuide de Você" (2007), com análises de 107 mulheres sobre o e-mail.
A chegada da exposição ao Sesc Pompeia, em São Paulo, na próxima sexta, permitiu um anunciado "primeiro encontro público" do casal na 7ª Flip. Será hoje, às 11h45, em mesa à qual o escritor comparece por indicação dela.
"Vou ao Brasil mais para a exposição. Foi uma sorte o evento literário coincidir com minha ida", disse Sophie, 55, à Folha, por telefone, alguns dias antes de chegar ao país.
Ela afirma que sugeriu o nome de Bouillier em meio a outros. "Ele não vem por minha causa. Vem porque é um escritor e terá um livro publicado no Brasil", desconversa, referindo-se a "O Convidado Surpresa" (Cosac Naify). "Não é marketing", ressaltou, em entrevista coletiva ontem, já em Paraty.
Bouillier, 49, é autor elogiado por veículos como o "New York Times". Com a vinda associada à da artista, mais famosa que ele, tem de dar satisfações todo o tempo. "Aceitei porque parece arriscado, e isso me agrada", disse ele à Folha. "Só pedi para não me anunciarem como "o autor da carta da exposição da Sophie Calle"." Uma das vantagens, afirma, foi ter acelerado a tradução de seu livro.
A chegada de Sophie fez com que a Agir lançasse no Brasil "Histórias Reais" (2002), em que, com textos e imagens, relata "de modo econômico" vivências "significativas". "Fiz também pelo prazer de escrever", diz ela, que não costuma participar de eventos literários.

Clima de paquera
No catálogo da mostra, Sophie diz que mostrou a Bouillier a exposição antes de estreá-la. Tinha trocado a inicial dele por um X. Ele disse para devolver o G. "Foi generoso", diz ela. Bouillier chegou a Paraty na terça, e Sophie, na quinta. Ontem, os dois se esbarraram por acaso -fizeram clima de paquera, ele tirou um cílio que tinha caído no rosto dela, e os dois posaram para a Folha.



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