|
Texto Anterior | Índice
Diretor derruba preconceitos do cinema de esquerda
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nos anos 60, fazer filmes
sobre o universo familiar ou conflitos individuais
era considerado mesquinharia burguesa. Quarenta anos
depois, nada mais é tão radical. Ken Loach, como Tony
Blair, encontrou uma Terceira Via para seu cinema.
Em "Sweet Sixteen", Loach
continua a derrubar antigos
preconceitos do cinema de
esquerda, em um movimento que já havia começado em
filmes anteriores ("Meu Nome É Joe") e segue agora
com mais equilíbrio.
Liam (Martin Compston)
é um garoto prestes a completar 16 anos que vive metido em negócios escusos para
sobreviver em um subúrbio
pobre de Glasgow, Escócia.
Seu sonho é juntar dinheiro
para comprar um trailer onde a família possa viver depois que a mãe, envolvida
com drogas, sair da prisão.
Não se pode entender a
obsessão de Liam em encabeçar o projeto de vida da família sem compreender que,
na marginalidade, um filho
pode ganhar dinheiro suficiente para sustentar os pais
e inverter os papéis simbólicos da família. Quando política e drama se encontram
pelas mãos de um mestre, o
resultado é uma radiografia
devastadora da realidade.
Sweet Sixteen
Direção: Ken Loach
Quando: amanhã, às 18h; dias 10
e 14, às 18h30, dentro da mostra
Cinema Engajado, no CCBB-RJ (r.
Primeiro de Março, 66)
Quanto: entrada franca
Texto Anterior: Cinema: Ken Loach aponta "vácuo esquerdista" na Europa Índice
|