São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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Diretor derruba preconceitos do cinema de esquerda

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nos anos 60, fazer filmes sobre o universo familiar ou conflitos individuais era considerado mesquinharia burguesa. Quarenta anos depois, nada mais é tão radical. Ken Loach, como Tony Blair, encontrou uma Terceira Via para seu cinema.
Em "Sweet Sixteen", Loach continua a derrubar antigos preconceitos do cinema de esquerda, em um movimento que já havia começado em filmes anteriores ("Meu Nome É Joe") e segue agora com mais equilíbrio.
Liam (Martin Compston) é um garoto prestes a completar 16 anos que vive metido em negócios escusos para sobreviver em um subúrbio pobre de Glasgow, Escócia. Seu sonho é juntar dinheiro para comprar um trailer onde a família possa viver depois que a mãe, envolvida com drogas, sair da prisão.
Não se pode entender a obsessão de Liam em encabeçar o projeto de vida da família sem compreender que, na marginalidade, um filho pode ganhar dinheiro suficiente para sustentar os pais e inverter os papéis simbólicos da família. Quando política e drama se encontram pelas mãos de um mestre, o resultado é uma radiografia devastadora da realidade.


Sweet Sixteen
    
Direção: Ken Loach
Quando: amanhã, às 18h; dias 10 e 14, às 18h30, dentro da mostra Cinema Engajado, no CCBB-RJ (r. Primeiro de Março, 66)
Quanto: entrada franca



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