São Paulo, Sábado, 04 de Setembro de 1999
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Obra não faz jus à produção do arquiteto

da Reportagem Local

Realizar um CD-ROM sobre a obra de Artacho Jurado parece uma tarefa inglória, já que dificilmente um produto audiovisual poderia reproduzir o ecletismo de sua obra arquitetônica.
"Artacho Jurado - Uma Arquitetura Cênica", dirigido por Ricardo Barreto e Paula Perissinotto, foi feito a partir do acervo do Arquivo Artacho Jurado, dirigido por Maria Teresa Artacho d'Almeida Eça, sua sobrinha-neta.
O CD-ROM traz 106 fotografias e 33 desenhos arquitetônicos, além de textos e depoimentos.
São fotos e informações sobre a construtora Anhanguera (responsável pelas primeiras obras, como os pequenos edifícios Tupã e Cláudio e as casas das ruas Crasso e Venâncio Aires), o condomínio Cidade Monções e a construtora Monções (responsável por seus grandes edifícios).
Também traz desenhos de estandes e feiras organizados pelos irmãos João Artacho Jurado e Aurélio Jurado Artacho (assim mesmo, com o sobrenome invertido), tudo apresentado de maneira bastante ortodoxa.
O item "Combinatória" é o único que busca a excentricidade do arquiteto, ao possibilitar a combinação aleatória de imagens arquitetônicas de Jurado e assim demonstrar o grande ecletismo possível de suas construções.
Seus edifícios são como obras de um esquizofrênico megalomaníaco (qualidades até que comuns na cultura e na sociedade brasileira) e, por isso, sujeitas a críticas.
"Para que aquela infinidade de varandas? Elas funcionam em vilas italianas, mas a 20 andares de altura, quem se aproxima delas?", pergunta o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que, apesar da crítica, reconhece as qualidades do arquiteto filho de anarquistas espanhóis.
O CD-ROM custa R$ 25 e está disponível apenas em versão Windows. A produtora do CD-ROM é a Satmundi Productions (tel. 0/ xx/11/221-4375). (CF)

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