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Obra não faz jus à produção do arquiteto
da Reportagem Local
Realizar um CD-ROM sobre a
obra de Artacho Jurado parece
uma tarefa inglória, já que dificilmente um produto audiovisual
poderia reproduzir o ecletismo de
sua obra arquitetônica.
"Artacho Jurado - Uma Arquitetura Cênica", dirigido por Ricardo Barreto e Paula Perissinotto, foi feito a partir do acervo do
Arquivo Artacho Jurado, dirigido
por Maria Teresa Artacho d'Almeida Eça, sua sobrinha-neta.
O CD-ROM traz 106 fotografias
e 33 desenhos arquitetônicos,
além de textos e depoimentos.
São fotos e informações sobre a
construtora Anhanguera (responsável pelas primeiras obras,
como os pequenos edifícios Tupã
e Cláudio e as casas das ruas Crasso e Venâncio Aires), o condomínio Cidade Monções e a construtora Monções (responsável por
seus grandes edifícios).
Também traz desenhos de estandes e feiras organizados pelos
irmãos João Artacho Jurado e Aurélio Jurado Artacho (assim mesmo, com o sobrenome invertido),
tudo apresentado de maneira
bastante ortodoxa.
O item "Combinatória" é o único que busca a excentricidade do
arquiteto, ao possibilitar a combinação aleatória de imagens arquitetônicas de Jurado e assim demonstrar o grande ecletismo possível de suas construções.
Seus edifícios são como obras
de um esquizofrênico megalomaníaco (qualidades até que comuns
na cultura e na sociedade brasileira) e, por isso, sujeitas a críticas.
"Para que aquela infinidade de
varandas? Elas funcionam em vilas italianas, mas a 20 andares de
altura, quem se aproxima delas?",
pergunta o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que, apesar da crítica, reconhece as qualidades do arquiteto filho de anarquistas espanhóis.
O CD-ROM custa R$ 25 e está
disponível apenas em versão
Windows. A produtora do CD-ROM é a Satmundi Productions
(tel. 0/ xx/11/221-4375).
(CF)
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