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RUÍDO
Universal traz ao Brasil Bon Jovi numerado
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco depois da grita das gravadoras de que numerar CD era inviável, a Universal traz ao Brasil o novo disco de Bon Jovi, que é... numerado! O CD vem
com um adesivo contendo código de acesso único a cada consumidor, que com ele poderá acessar na internet bônus musicais e fotográficos da banda.
Tratando promocionalmente a firula como "novidade que tem tudo para pegar", a Universal esperneia para explicar que não se trata de numeração. Argumenta que não há o objetivo de controlar tiragens e que nem será sequencial a numeração.
Mas, mesmo com a questão superada (já que o grupo de trabalho concluiu que numerar um por um não era a melhor alternativa), a discordância entre
teoria e prática está posta.
E, se o Bon Jovi numerado é artifício para afastar o consumidor dos piratas, a Universal brasileira admite a eficácia limitada do objetivo: se o pirata vender
antes CD com o xerox de um código de acesso, o consumidor da cópia verdadeira se arrisca a não conseguir cadastrar seu bônus.
O NÃO-LANÇAMENTO
Agora que Davi Moraes vem revolver a carga genética dos Novos Baianos, a poderosa Som Livre podia trazer das catacumbas o confuso e admirável "Vamos pro
Mundo", que o bando de malucos-beleza aprontou em 74, brilhando em "sambas de roque" como "Escorrega Sebosa" e versão gritada de "Na Cadência do Samba", de pai Ataulfo Alves.
MERCADO DA MEMÓRIA
Está em finalização a segunda fase da reedição da obra de Gilberto Gil, que vem
celebrar os 60 anos do artista. Depois de colocar numa caixa de luxo o catálogo de Gil na Universal, o pesquisador Marcelo Fróes extrai da Warner 28 CDs que serão enfileirados em outra caixa. O roteiro vai do americano "Nightingale" (79) a "Kaya n'Gandaia" (2002) e inclui farto material deixado inédito nos arquivos da Warner.
MERCADO DA MEMÓRIA 2
O titã Charles Gavin já pilota mais uma série de reedições pela Warner, agora focado nos arquivos nacionalistas da Continental. Ainda depende de acertos jurídicos, mas estão previstos inéditos em CD de Vassourinha, Marília Medalha,
Batatinha, Jamelão, Erlon Chaves e outros.
MAX TROPICALISTA
E Max de Castro recebeu auxílio chique de Caetano Veloso no Blen Blen, semana
passada. Assistindo ao show do moço, Caetano subiu ao palco para cantar (e esquecer a letra de) "Fora da Ordem". Com a adesão do samba-roqueiro histórico Marku Ribas, levaram "País Tropical", de Jorge Ben, lançada em 69 por vários artistas -como o pai de Max, Wilson Simonal, e o próprio Caetano, em
gravação grupal com Gil e Gal.
psanches@folhasp.com.br
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