São Paulo, Quinta-feira, 04 de Novembro de 1999
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MEMÓRIA
Guerrilheiro foi morto há 30 anos
Morte de Marighella ganha marco em SP

da Redação

Na al. Casabranca, nos Jardins (zona sudoeste de São Paulo), no mesmo local onde há exatos 30 anos Carlos Marighella foi assassinado, há pouco tempo, em uma chuva forte, uma árvore caiu.
Na época, o tronco da árvore foi serrado rente à raiz. Hoje, às 11h, ele dá lugar a um marco em homenagem ao guerrilheiro que fundou, em 68, a Ação Libertadora Nacional. Familiares colocarão flores junto ao monumento criado pelo arquiteto Marcelo Ferraz.
Ferraz diz que, diante da "coincidência forte", idealizou algo simples: uma peça de granito bruto, sobre o cepo, em que se lê: "Aqui tombou Carlos Marighella em 4/11/69, assassinado pela ditadura militar - São Paulo, 4 de novembro de 1999".
Clara Charf, 74, que era companheira de Marighella quando ele morreu, diz que há muito se pensava em uma homenagem e que chegou-se a cogitar mudar o nome da rua; por fim, concluíram que o melhor era "um espaço para que aquela coisa trágica fosse incorporada à história da cidade".
A morte foi reconhecida como assassinato e a família foi indenizada, em 11 de setembro de 96, pela Comissão de Mortos e Desaparecidos da Câmara.
Uma carta, pedindo a construção de um "monumento de pequenas dimensões na al. Casabranca, 805", assinada por nomes como o crítico literário Antonio Candido e o arquiteto Oscar Niemeyer, autor da lápide do túmulo do guerrilheiro, foi enviada em 15 de outubro ao prefeito Celso Pitta, que assinou, no dia 29, um decreto autorizando o marco.
As homenagens continuam em São Paulo. Hoje termina a mostra "Encontra-se Carlos Marighella -30 Anos Depois", grátis, das 9h às 18h, no Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664); na segunda, dia 8, há o "Tributo a Carlos Marighella", com Paulinho da Viola e Chico César, entre outros, às 20h30, no teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 0/xx/11/288-0136). (FRANCESCA ANGIOLILLO)


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