|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEMÓRIA
Guerrilheiro foi morto há 30 anos
Morte de Marighella ganha marco em SP
da Redação
Na al. Casabranca, nos Jardins
(zona sudoeste de São Paulo), no
mesmo local onde há exatos 30
anos Carlos Marighella foi assassinado, há pouco tempo, em uma
chuva forte, uma árvore caiu.
Na época, o tronco da árvore foi
serrado rente à raiz. Hoje, às 11h,
ele dá lugar a um marco em homenagem ao guerrilheiro que
fundou, em 68, a Ação Libertadora Nacional. Familiares colocarão
flores junto ao monumento criado pelo arquiteto Marcelo Ferraz.
Ferraz diz que, diante da "coincidência forte", idealizou algo
simples: uma peça de granito bruto, sobre o cepo, em que se lê:
"Aqui tombou Carlos Marighella
em 4/11/69, assassinado pela ditadura militar - São Paulo, 4 de novembro de 1999".
Clara Charf, 74, que era companheira de Marighella quando ele
morreu, diz que há muito se pensava em uma homenagem e que
chegou-se a cogitar mudar o nome da rua; por fim, concluíram
que o melhor era "um espaço para que aquela coisa trágica fosse
incorporada à história da cidade".
A morte foi reconhecida como
assassinato e a família foi indenizada, em 11 de setembro de 96, pela Comissão de Mortos e Desaparecidos da Câmara.
Uma carta, pedindo a construção de um "monumento de pequenas dimensões na al. Casabranca, 805", assinada por nomes
como o crítico literário Antonio
Candido e o arquiteto Oscar Niemeyer, autor da lápide do túmulo
do guerrilheiro, foi enviada em 15
de outubro ao prefeito Celso Pitta,
que assinou, no dia 29, um decreto autorizando o marco.
As homenagens continuam em
São Paulo. Hoje termina a mostra
"Encontra-se Carlos Marighella
-30 Anos Depois", grátis, das 9h às
18h, no Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura
Andrade, 664); na segunda, dia 8,
há o "Tributo a Carlos Marighella", com Paulinho da Viola e Chico César, entre outros, às 20h30,
no teatro Sérgio Cardoso (r. Rui
Barbosa, 153, tel. 0/xx/11/288-0136).
(FRANCESCA ANGIOLILLO)
Texto Anterior: Artigo/Manifesto Antitropicalista - Jorge Mautner: Dionísius e Apolo Próximo Texto: Fora do Eixo: Comboio Cultural leva arte ao Paraná Índice
|