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POESIA
Brasileiro e mexicano são estrelas de evento internacional em Belo Horizonte
Bienal homenageia Mendes e Paz
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Bienal Internacional de Poesia
de Belo Horizonte começou ontem
e reúne, até o dia 13, mais de 200
poetas de nove Estados brasileiros,
além de convidados de nove países. Em sua primeira edição, o
evento homenageia o brasileiro
Murilo Mendes (1901-1975) e o
mexicano Octavio Paz (1914-1998).
Segundo Marcelo Dolabela, um
dos organizadores do evento,
Mendes e Paz foram escolhidos
por representarem a poesia surgida fora de seu eixo mais tradicional, a Europa, e ao mesmo tempo
terem estabelecido um diálogo
com diversas correntes.
Uma exposição de obras de arte
do acervo da Casa Murilo Mendes,
de Juiz de Fora (MG), exibe quadros acompanhados por um comentário do poeta sobre cada pintor. A mostra inclui obras de Portinari e Jean Arp.
O poeta chileno Raúl Zurita é o
convidado especial para debater,
com o tradutor Horácio Costa, de
São Paulo, a trajetória intelectual
de Octavio Paz e o panorama da
poesia hispano-americana.
Torquato Neto também receberá
uma homenagem especial com a
interpretação de quase todas as
canções escritas por ele. O show,
da cantora Patrícia Amaral, estréia
na bienal no próximo domingo.
Marcelo Dolabela, que fez a seleção do repertório, diz que existem
25 composições conhecidas de
Torquato, feitas durante sua vida
ou musicadas postumamente.
No último dia da bienal, o poeta
uruguaio Clemente Padín vai debater a tradição barroca e o neobarroco na literatura latino-americana, enquanto os brasileiros Décio Pignatari e Valêncio Xavier falam sobre as relações entre prosa e
poesia.
No mesmo dia, haverá também
uma performance do francês Julien Blaine, um dos maiores nomes
atuais da poesia experimental, e
uma leitura conjunta dos poetas
Juliana Spahr (EUA) e Régis Bonvicino, de São Paulo.
Segundo os organizadores,
Spahr representa, ao lado de Robert Creeley e Michael Palmer, a
nova poesia norte-americana,
considerada quase minimalista
devido a suas estruturas e temas
reduzidos, no sentido contrário à
tradição épica de, por exemplo,
Walt Whitman (1819-1892).
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