São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2004

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ARTES

Mostra em Nova York reúne quadros e esculturas vindas de 15 países, com artistas como Frida Kahlo e Anita Malfatti

Exposição condensa 2 milênios de latinos

ALFONS LUNA
DA FRANCE PRESSE, EM NOVA YORK

Da cultura maia a Fernando Botero, passando por Frida Kahlo, o retrato artístico latino-americano é tema de exposição no Museo del Barrio (Nova York), resumindo dois milênios de tradição por meio de 125 quadros e esculturas.
A mostra "Retratos: 2.000 Anos de Retratos Latino-Americanos", prevista para ser inaugurada ontem, coloca em relevo a "excitante complexidade e riqueza de nossa gente, dos tempos pré-colombianos aos retratos contemporâneos", segundo Julián Zugazagoitia, diretor da instituição, localizada no Harlem latino.
As obras que compõem a exposição são originárias de 15 países e, entre elas, há peças do argentino Antonio Berni, do colombiano Fernando Botero, do porto-riquenho Jose Campeche, do peruano José Gil de Castro, do equatoriano Oswaldo Guayasamín, dos mexicanos Frida Kahlo, Diego Rivera e Rufino Tamayo, da brasileira Anita Malfatti e do venezuelano Armando Reverón.
"Retratos" está organizada cronologicamente em cinco etapas: pré-colombiana (100 a.C.-1492), vice-reinado (1492-1810), independência (1810-1910), modernidade (1910-1980) e contemporaneidade (1980-presente).
A excelência da mostra vem não só da qualidade das obras, mas da galeria de personagens, que faz lembrar que a expressão plástica cumpriu funções práticas como registrar aventuras dos líderes, reforçar o poder dos mandatários, preservar a memória dos mortos e recordar pessoas distantes.
A prática do retrato era comum nas culturas pré-colombianas, da era meso-americana dos olmecas à era centro-americana dos maias. Mas os organizadores da mostra dizem que "os antigos moches peruanos eram os melhores e mais prolíficos retratistas da América antiga. Imagens vividamente realistas de indivíduos importantes eram distribuídas por todo o seu território, talvez para afiançar o poder das linhagens governantes".
Escravos, governadores, vice-reis, libertadores, freiras, virgens, pintores, maestros e cidadãos completam aquilo que, em conjunto, representa um retrato da história da América Latina.
O diretor do museu se referiu a isso durante a cerimônia de abertura. A retrospectiva "é uma mostra da complexidade e riqueza de nossa história" e "fala de nosso passado, homenageando os heróis e as pessoas simples", disse.
A mostra foi organizada pelo Museo del Bairro, pelo Museu de Arte de San Antonio (sul do Texas), pela National Portrait Gallery e pela Smithsonian Institution, ambas de Washington. Fica em NY até o dia 20 de março e depois segue para San Diego, Miami, Washington e San Antonio.


Tradução de Paulo Migliacci


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