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ARTES
Mostra em Nova York reúne quadros e esculturas vindas de 15 países, com artistas como Frida Kahlo e Anita Malfatti
Exposição condensa 2 milênios de latinos
ALFONS LUNA
DA FRANCE PRESSE, EM NOVA YORK
Da cultura maia a Fernando Botero, passando por Frida Kahlo, o
retrato artístico latino-americano
é tema de exposição no Museo del
Barrio (Nova York), resumindo
dois milênios de tradição por
meio de 125 quadros e esculturas.
A mostra "Retratos: 2.000 Anos
de Retratos Latino-Americanos",
prevista para ser inaugurada ontem, coloca em relevo a "excitante
complexidade e riqueza de nossa
gente, dos tempos pré-colombianos aos retratos contemporâneos", segundo Julián Zugazagoitia, diretor da instituição, localizada no Harlem latino.
As obras que compõem a exposição são originárias de 15 países e,
entre elas, há peças do argentino
Antonio Berni, do colombiano
Fernando Botero, do porto-riquenho Jose Campeche, do peruano
José Gil de Castro, do equatoriano
Oswaldo Guayasamín, dos mexicanos Frida Kahlo, Diego Rivera e
Rufino Tamayo, da brasileira Anita Malfatti e do venezuelano Armando Reverón.
"Retratos" está organizada cronologicamente em cinco etapas:
pré-colombiana (100 a.C.-1492),
vice-reinado (1492-1810), independência (1810-1910), modernidade (1910-1980) e contemporaneidade (1980-presente).
A excelência da mostra vem não
só da qualidade das obras, mas da
galeria de personagens, que faz
lembrar que a expressão plástica
cumpriu funções práticas como
registrar aventuras dos líderes, reforçar o poder dos mandatários,
preservar a memória dos mortos
e recordar pessoas distantes.
A prática do retrato era comum
nas culturas pré-colombianas, da
era meso-americana dos olmecas
à era centro-americana dos
maias. Mas os organizadores da
mostra dizem que "os antigos
moches peruanos eram os melhores e mais prolíficos retratistas da
América antiga. Imagens vividamente realistas de indivíduos importantes eram distribuídas por
todo o seu território, talvez para
afiançar o poder das linhagens
governantes".
Escravos, governadores, vice-reis, libertadores, freiras, virgens,
pintores, maestros e cidadãos
completam aquilo que, em conjunto, representa um retrato da
história da América Latina.
O diretor do museu se referiu a
isso durante a cerimônia de abertura. A retrospectiva "é uma mostra da complexidade e riqueza de
nossa história" e "fala de nosso
passado, homenageando os heróis e as pessoas simples", disse.
A mostra foi organizada pelo
Museo del Bairro, pelo Museu de
Arte de San Antonio (sul do Texas), pela National Portrait Gallery e pela Smithsonian Institution, ambas de Washington. Fica
em NY até o dia 20 de março e depois segue para San Diego, Miami, Washington e San Antonio.
Tradução de Paulo Migliacci
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