São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Crítica

Chapéu define Hackman em "Operação França"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que seria do detetive Popeye Doyle sem seu chapeuzinho? Popeye é o herói de "Operação França" (TC Cult, 0h05). Quem vir o filme agora poderá achar que aquele chapeuzinho foi moda. Ledo engano. Nunca o vi em outra cabeça que não a de Gene Hackman, intérprete de Popeye.
Todos sabemos que "Operação França" é um policial sobre combate a traficantes de entorpecentes. E que o filme é marcante, por exemplo, pelas seqüências notáveis de perseguição, dessas que só o diretor William Friedkin parece capaz de conceber.
Mas o que mais fica presente (para mim, em todo caso) é o chapéu de corpo e aba redondos, que não se contenta em parecer desajeitado na cabeça que o veste. Ela torna o corpo inteiro um inconveniente, uma coisa em descompasso com o mundo.
Às vezes se pensa que o difícil em cinema é ter grandes idéias. Não é. Achar essas pequenas coisas é que dá vida aos filmes e os mantém vivos por décadas, como, aliás, neste caso.


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