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Crítica
Chapéu define Hackman em "Operação França"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que seria do detetive Popeye Doyle sem seu chapeuzinho? Popeye é o herói de "Operação França" (TC Cult, 0h05). Quem vir o filme agora
poderá achar que aquele chapeuzinho foi moda. Ledo engano. Nunca o vi em outra cabeça
que não a de Gene Hackman,
intérprete de Popeye.
Todos sabemos que "Operação França" é um policial sobre
combate a traficantes de entorpecentes. E que o filme é marcante, por exemplo, pelas seqüências notáveis de perseguição, dessas que só o diretor William Friedkin parece capaz de
conceber.
Mas o que mais fica presente
(para mim, em todo caso) é o
chapéu de corpo e aba redondos, que não se contenta em parecer desajeitado na cabeça que
o veste. Ela torna o corpo inteiro um inconveniente, uma coisa em descompasso com o
mundo.
Às vezes se pensa que o difícil
em cinema é ter grandes idéias.
Não é. Achar essas pequenas
coisas é que dá vida aos filmes e
os mantém vivos por décadas,
como, aliás, neste caso.
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