FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

ERILENE ARAÚJO
FREE-LANCE PARA AGÊNCIA FOLHA

Companheira de Cássia Eller nos últimos 14 anos, Maria Eugênia Vieira Martins anunciou ontem, por intermédio de seu advogado, que apresentará três pedidos à Justiça do Rio no início da próxima semana.
Ela vai requerer a guarda do filho da cantora, morta no dia 29 de dezembro depois de sofrer três paradas cardíacas, o reconhecimento da união conjugal de 14 anos mantida pelas duas e o direito de participar do inventário e herdar bens de Cássia.
O advogado Marcos Campuzano disse que a ação de tutela em que Eugênia pedirá a guarda de Francisco Eller, o Chicão, 8, será impetrada ou em uma vara de família ou no Juizado da Infância.
Desde antes de a mãe morrer, Chicão está com Eugênia, em Brasília. Campuzano, que tinha a cantora como cliente, disse que, ao pedir à Justiça a guarda da criança, Eugênia está "respeitando o desejo de Cássia".
Na ação, Eugênia planeja usar depoimentos de parentes e amigos artistas que conviveram com o casal e o menino, cujo pai morreu antes de ele nascer.
Campuzano disse que há um ano Cássia o consultara sobre a hipótese de transferir a guarda de Chicão para Eugênia. Disse que chegou a consultar especialistas e a encaminhar pareceres à cantora. Ele afirmou crer que o assunto não foi adiante por causa da "agenda atribulada" da artista.
O pedido judicial de reconhecimento da união conjugal é importante porque reforça a intenção de Eugênia de criar Chicão.
Os três pedidos serão encaminhados à Justiça de modo isolado. Serão ações judiciais diferentes impetradas, segundo o advogado, até terça-feira.
Ele afirmou que a família de Cássia apóia a intenção de Eugênia ficar com o garoto e participar do inventário. A exceção seria o pai, Altair Eller, que disse, segundo a revista "IstoÉ", ter intenção de ter a guarda do neto. Porém, em entrevista à Folha, ele afirmou que não pretende mover ação na Justiça para ficar com Chicão.
Ele disse que a companheira de Cássia, Eugênia, é "supercarinhosa" e que "seria uma covardia tirar o menino dela".
"Nunca pensei em trazê-lo pra cá. Eu poderia ir para o Rio, fazer companhia e dar uma ajuda a Eugênia. Não digo que quero ir para o Rio, mas irei se for necessário. Ela fica sendo a mãe, e eu, um adjunto, como um pai-avô."
O avô de Chicão afirmou que já fez um levantamento na Justiça e descobriu que a filha deixou uma "poupança gorda" e "um seguro".
Ele afirmou não saber o valor do patrimônio, mas disse concordar que a administração dos bens fique com a companheira da filha.
Altair Eller disse que "para que isso seja oficializado, é preciso que seja feito um inventário. Todas as providências serão tomadas quando o empresário da cantora retornar do recesso".
Apesar de todo o carinho que Altair diz ter por Eugênia, até o momento não houve troca de telefonemas entre ambos.
Segundo o site "Globo On line", Eugênia disse que Altair Eller "nunca teve muito contato com o neto", que deve ter visto "no máximo três vezes" até meados do ano passado, quando veio ao Rio para ser operado do joelho e ficou hospedado no apartamento das duas. "Chicão praticamente não conhece o avô. Neste momento, todos deviam pensar só na saúde de dele. Altair Eller está a par da nossa relação. Espero que respeite a vontade da filha", disse Eugênia, também segundo informações do site "Globo On line".


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