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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO
A noite de São Paulo é mesmo incrível
ÊIA! E o Afrika Bambaataa veio e
deu um show de frescor musical no
calorão da pista do Lov.e, na última terça em São Paulo. E diz que
estava um inferno de calor (tanto
que o DJ em si tocou com uma toalha no pescoção). E ele parecia um
pai-de-santo, recebendo divas da
cultura dance como Cindy Lauper
(em "Time After Time"), com batidas moderníssimas. E a mistura do
público estava incrível, e o chão
abria para meninos e meninas se
exercitarem no breakdancing que
voltou à moda em todo o mundo. E
esses caras sempre dão aula de diversão noturna para a gente, né?
Todo mundo reclamou do calor e
da lotação, mas adorou.
NOVA York, eu digo! E não é que o
Contru foi lá e fechou a U-Turn,
com aparato hollywoodiano de delegados, policiais (precisa quatro
camburões para verificar especificações técnicas?). E o Contru parece ter uma assessoria de imprensa
melhor do que a do próprio clube,
já que levou para fechar o lugar
mais jornalistas que o dono, Luiz
Eurico Klotz, conseguiu levar para
abri-lo!! Incrível! Bom, a cidade
perdeu um dos sábados mais esperados do mês, e o clube ficou fechado durante a semana. Medidas
de porta de emergência foram revistas, e o clube pretende abrir neste fim-de-semana, dependendo da
liberação da Prefeitura. Ligue antes de sair de casa e confirme no
clube: 820-0311 (r. Tapabuã, 1.463).
E quem disse que no começo do
ano não acontece nada? E notícia
boa! O seu, o meu, o nosso Renato
Lopes retoma uma residência em
São Paulo. Vai ser numa noite nova, o after-hours da Disco Fever, na
madrugada de sexta para sábado.
Êêêê!!! A noite se chama Atomic
Fever, e Renato entra às 5h, com
estréia marcada para a próxima
sexta, dia 12. O som, segundo DJ,
vai ficar num gênero entre house e
tecno. E Renato também vai receber os amigos às quartas no Torre
do Dr. Zero, a partir do fim de fevereiro. E sobre a polêmica São Paulo, terra de house?, Renato comenta: "São Paulo tem uma vida mais
vibrante de música, de noite. Assim, vai por fases. Está mesmo nessa fase mais leve, mais melodiosa,
com BPM mais lento. Acho ótimo.
Sinal que está dando uma ventilada!".
E o Mau Mau, que, com a U-Turn,
também retoma residência em São
Paulo, finalmente explica a diferença entre as produções do M4J e
Mau Mau em si. O M4J tem contrato de três álbuns com a gravadora
Trama, então já trabalham no novo material. Dessa vez, o M4J terá
mais forró e baião, enquanto ele se
volta para coisas de samba mais
antigos, mais sujos, clássicos. O
M4J é mais melodioso, com mais
teclados; Mau Mau tem mais groove, mais suingue, mais para a pista.
Mau Mau toca dia 13, no Rio, no
sábado de Carnaval, na festa de Fabinho Demente na Fundição. E sobre a polêmica São Paulo, terra da
house?, Mau Mau comenta: "Sempre fui voltado para todo tipo de
música. Na época do Hell's, tocava
house também, mas parecia que eu
só tocava tecno. Tocava umas coisas de deep house lá e ninguém falava disso. Agora essa coisa de retomada da house é legal, cria um
buchicho. Mas sempre toquei house, sempre vou tocar".
ENQUANTO isso, os DJs do Rio se
esforçam mesmo para gongar a
axé music e o pagode para fora das
pistas dos clubes chamados "convencionais" (não o underground),
onde se chega a tocar de duas a três
horas desse som, com o público
atormentando os DJs com pedidos. "Isso diminui a cena", diz
Marcelinho (ex-RPC), um dos 20
envolvidos no movimento de
conscientização que se reuniu
num churrascão semana passada
em Santa Teresa, na casa de André
Werneck, da Som Livre. "Estamos
preocupados com a formação dos
novos DJs de dance music", completa Marcelinho, que admite que
o movimento cria um desconforto
para quem trabalha em gravadora,
mas que "não é contra os artistas"
do gênero.
ENQUANTO isso, no Rio, a Banda
de Ipanema saiu pela primeira vez
com escolta policial. No final, um
cordão de policiais fechava a banda. Tudo por causa dos imbecis (ao
que consta, pertencentes à cultura
jiu-jitsu) que andam batendo em
gays, nessa que vem sendo uma
das mais tristes características deste verão na cidade. A polícia, felizmente, está agindo em cima: Ipanema, no sábado à noite, tinha policiais às pencas, na porta dos principais redutos gays. Atenção: não é
blitz, mas segurança mesmo. E domingo teve passeata da paz pela
Vieira Souto, lembrando a morte
do jovem Frederico, ano passado, e
conclamando as pessoas para a
causa de uma vida mais tranquila
para todos. É isso aí.
E em março temos a volta do deus
francês Laurent Garnier, que toca
dia 12, em espaço ainda a definir,
na festa da Ellus com a revista "On
Speed" (que teve que mudar de nome porque uma marca de artigos
esportivos achou que estava parecido...). E por falar em Ellus, eles
fotografaram a campanha nova
com a Milla e o Scott (namorado
da Giselle Bundchen) em Los Angeles, numa cinematográfica casa
que já serviu de locação para diversos editoriais de moda, incluindo
aquele com a Kate Moss com o
Testino, que também é aquela do
filme "Um Convidado Bem Trapalhão", sabe aquele o Peter Sellers?
TEM que ir para a rave! Tem que se
jogar! O povo da XXX-Perience faz
de 13 a 15 de fevereiro, no Carnaval, 28 horas de trance e tecno. Haja saúde clubber. Vai ser ali no
morro de Sorocotuba, no Guarujá,
onde o Oscar fez as duas edições da
Union Technotrance. Mas do lado.
No som tem Feio, Rica, André Meyer, Roxy, Anderson Noise e Jason
Bralli. Quem sobreviver a tudo me
conta como foi...
E o Anderson Noise vai ser pai! E
faz megafesta em BHz sábado, para comemorar o advento de seu filho. E o convite é o ultra-som do
"Noisinho" em si. Em São Paulo,
Anderson toca dia 27 de fevereiro
no Lov.e in Paradise.
E o nosso André Fischer vai ser jurado do festival de Berlim! Fino!
Além da mostra principal, tem a
famosa panorama, que reúne a
vanguarda do cinema mundial.
Uma dos prêmios mais animados,
claro, é o Teddy Bear, para cinema
gay/lésbico. "Dentro do circuitão
de festivais gays do mundo, é a
maior peruca estar nesse júri", comemora Fischer.
E quem quiser ver um pouco de
Afrika Bambaataa no Lov.e pode
ver quinta e sexta no programa
"Top Teen", o horário de música
do Canal 21, agora sob comando da
nossa Ruth Slinger, ex-"MTV a Go
Go", videomaker e visionária sempre de plantão. De segunda a sexta,
às 14h; sábado ao meio-dia.
E este ano o Carnaval do Bas-fond
acontece na BASE, no mesmo esquemão de sempre, agora com a
infra-estrutura do superclube. E já
está garantido o blecaute de dez
minutos que faz a alegria de muitos e tristeza de outros. No som,
sambão, né? Ingressos a R$ 15 e R$
20. O Bas-fond serve de prévia para
o que talvez possa ser o destino da
casa, transformá-la em templo
gay. Cada dia teria um promoter e
um perfil, mas sempre gay. É uma
das possibilidades, segundo Angelo Leuzzi. Já pensou, bi???!!!
FIM-DE-SEMANA pra lá de clubber, né? Hoje tem Habitants, Edgard Scandurra; amanhã, o DJ inglês Aphrodite; domingo, tipo
sunday club, tem o rei Marky
Mark, Friendtronik (projeto do
Xerxes, em excelente performance
ao vivo, lembra na festa da coluna?), mais o mestre da percussão
João Parahyba e o produtor Suba.
Tudo no simpático projeto "Tribos
Eletrônicas", do Loop B., no Sesc
Vila Mariana (r. Pelotas, 141).
E não se esqueça: por um Carnaval
na paz!
E-mail: palomino@uol.com.br
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