Roteirista, fã de Alexandre Dumas, homenageia "Os Três Mosqueteiros" em trama romântica

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O personagem principal é japonês e o roteirista, norte-americano; o desenhista é brasileiro e, em certo momento, os antagonistas são os maiores e mais honrados mosqueteiros à disposição do rei francês. Esta é "Samurai - O Céu e a Terra", aventura em quadrinhos lançada em 2005 nos Estados Unidos e recém-publicada no Brasil.
Como o título diz, esta é uma história de samurai. É um título diferente do feito habitualmente pelos autores, mais conhecidos por seus trabalhos com super-heróis. O roteirista Ron Marz já escreveu histórias do Surfista Prateado e do Lanterna Verde. E o desenhista é Luke Ross, pseudônimo do brasileiro Luciano Queirós. Ross já tem mais de uma década como desenhista no mercado norte-americano. Começou em 1992, ano em que completou 20 anos, e passou por personagens como o Homem-Aranha e o Lanterna Verde.
A história de "Samurai" começa em 1704. O protagonista, Asuaki Shiro, é o melhor lutador a serviço do lorde Tokudaiji. Eles são massacrados por inimigos, e poucos guerreiros sobrevivem. Shiro é um deles, e o que poderia ser uma bênção torna-se uma maldição quando ele descobre que sua amada, Yoshiko, também está viva, mas foi levada para se tornar uma escrava.
É assim que começa a aventura: uma perseguição que atravessa toda a Ásia e tem seu ápice na França do rei Luís 14, em que quatro mosqueteiros acabam se envolvendo com o angustiado Shiro.
Seus nomes não aparecem na história, mas eles lembram Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan. Trata-se de uma homenagem do roteirista, fã de Alexandre Dumas, ao romance "Os Três Mosqueteiros", que se passa um pouco antes, quando o rei francês era Luís 13.
Ron Marz e Luke Ross criaram uma saga que envolve mosqueteiros, tráfico de mulheres, honra e uma conspiração para assassinar o rei francês, com o apaixonado samurai Shiro no meio. E, para ele, nada disso importa: seu único objetivo é resgatar Yoshiko. "Samurai - O Céu e a Terra" foi publicada originalmente como uma minissérie em cinco partes. A versão que chega ao Brasil reúne todos os capítulos em um mesmo volume. A história, violenta e ao mesmo tempo romântica, é bem narrada e ilustrada.
A HQ fez sucesso nos Estados Unidos e uma seqüência, também dividida em cinco partes, está sendo publicada neste momento.