São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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"Somos os que sobraram, temos de sobreviver", diz líder dos Backstreet Boys

SILAS MARTÍ
ENVIADO ESPECIAL A CARACAS

É a volta dos que não foram. "Nunca fomos embora e nunca iremos, sentimos falta de vocês", gritou AJ McLean, 31, um dos Backstreet Boys, aos 7.000 fãs que foram ver o show da banda espremidos no estacionamento de um shopping em Caracas, na última sexta. Em turnê, os meninos -já homens- cantam hoje no Credicard Hall, em São Paulo, e sábado, no Rio.
Mas ao contrário do que diz AJ, sim, eles foram embora. Acostumados a vender até 15 milhões de discos em 1996, a boy band foi murchando junto com a indústria e chegou a parar por uns anos. Depois de perder um integrante e interromper uma turnê para que AJ se curasse do vício em cocaína, os Backstreet Boys ensaiam um retorno com pegada nostálgica. "Muita coisa mudou, mas a gente continua igual", diz à Folha, antes do show , Brian Littrell, 34, o loirinho bom moço líder da banda.
"Estávamos fritos quando fizemos aquela pausa", lembra AJ, agora com barriga saliente, menos cabelos e mais tatuagens e anéis de caveira. Mesmo apostando na longevidade da banda, mostram, no show, números solo entre os hits dos Backstreet: Howie Dorough vai de neolatino, AJ assume o lado bad boy e Brian ataca com um gospel country.
Mas o pacote completo das boy bands, do bonzinho ao malvado, não consegue empolgar quando desmembrado: o público aturava impaciente as estripulias solitárias e as baladas chochas que abriram o show e reagiu, cantando histérico, só os hits guardados para o final. Num momento que resume a transformação dos meninos, o telão mostra imagens da banda no início da carreira, e eles copiam no palco, mais velhos e desajeitados, a coreografia dos tempos idos.
"Vamos continuar fazendo shows até de cadeira de rodas", espera AJ. "Somos os que sobraram, temos de sobreviver", diz Littrell.

O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite da produção do show.


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