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"Somos os que sobraram, temos de sobreviver", diz líder dos Backstreet Boys
SILAS MARTÍ
ENVIADO ESPECIAL A CARACAS
É a volta dos que não foram.
"Nunca fomos embora e nunca iremos, sentimos falta de
vocês", gritou AJ McLean, 31,
um dos Backstreet Boys, aos
7.000 fãs que foram ver o
show da banda espremidos
no estacionamento de um
shopping em Caracas, na última sexta. Em turnê, os meninos -já homens- cantam
hoje no Credicard Hall, em
São Paulo, e sábado, no Rio.
Mas ao contrário do que diz
AJ, sim, eles foram embora.
Acostumados a vender até 15
milhões de discos em 1996, a
boy band foi murchando junto com a indústria e chegou a
parar por uns anos.
Depois de perder um integrante e interromper uma
turnê para que AJ se curasse
do vício em cocaína, os Backstreet Boys ensaiam um retorno com pegada nostálgica.
"Muita coisa mudou, mas a
gente continua igual", diz à
Folha, antes do show , Brian
Littrell, 34, o loirinho bom
moço líder da banda.
"Estávamos fritos quando
fizemos aquela pausa", lembra AJ, agora com barriga saliente, menos cabelos e mais
tatuagens e anéis de caveira.
Mesmo apostando na longevidade da banda, mostram,
no show, números solo entre
os hits dos Backstreet: Howie
Dorough vai de neolatino, AJ
assume o lado bad boy e Brian
ataca com um gospel country.
Mas o pacote completo das
boy bands, do bonzinho ao
malvado, não consegue empolgar quando desmembrado: o público aturava impaciente as estripulias solitárias
e as baladas chochas que abriram o show e reagiu, cantando histérico, só os hits guardados para o final.
Num momento que resume a transformação dos meninos, o telão mostra imagens
da banda no início da carreira, e eles copiam no palco,
mais velhos e desajeitados, a
coreografia dos tempos idos.
"Vamos continuar fazendo
shows até de cadeira de rodas", espera AJ. "Somos os
que sobraram, temos de sobreviver", diz Littrell.
O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite da
produção do show.
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