São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

"Hotel Ruanda" nos empurra ao colonialismo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Hotel Ruanda" (TC Cult, 17h30; 12 anos) tem quase tudo o que é necessário para um bom filme.
Um ótimo personagem central (o gerente de hotel), uma situação dramática (as guerras tribais africanas, com seus massacres cruéis), uma atitude heroica, quase insana (a do gerente, que protege os tutsis, perseguidos pela milícia hutu no país).
Temos assim a história de um homem que se sobrepõe às limitações humanas, que se caracteriza como um real herói (tanto mais que temos aqui uma história "baseada em fatos reais"). Uma bela história. Mas não um filme imortal.
Por quê? Os motivos são muitos.
Um deles: esse africano tão ocidental (com gravata e tudo) apenas enfatiza, com seus modos, a barbárie africana. Ele é um homem da paz, do Ocidente. Os negros são especialistas em se trucidarem.
Por esse viés, o de um belo, insofismável tema humanista, nos empurra, sub-repticiamente, as razões e virtudes do velho colonialismo.


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